ATA DA NONAGÉSIMA SEXTA
SESSÃO ORDINÁRIA DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA
LEGISLATURA, EM 20-11-2006.
Aos vinte dias do mês de
novembro do ano de dois mil e seis, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas,
foi realizada a chamada, respondida pelos Vereadores Adeli
Sell, Bernardino Vendruscolo, Carlos Comassetto, Cassiá Carpes, Claudio
Sebenelo, Dr. Goulart, Elói Guimarães, João Carlos Nedel, José Ismael Heinen,
Luiz Braz, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Mônica Leal, Neuza Canabarro,
Professor Garcia e Raul Carrion. Constatada
a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos.
Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores
Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Carlos Todeschini, Clênia Maranhão, Elias
Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib,
Manuela d'Ávila, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Maffei, Maristela
Meneghetti, Nereu D'Avila, Sebastião Melo e Sofia Cavedon. À MESA, foram encaminhados: pela Comissão
de Defesa do Consumidor, Direitos Humanos e Segurança Urbana, o Pedido de Providência
nº 1951/06 (Processo nº 5369/06); pelo Vereador Adeli Sell, os Pedidos de
Providência nos 1941 e 1942/06 (Processos nos 5357 e
5358/06, respectivamente); pelo Vereador Alceu Brasinha, o Pedido de
Providência nº 1953/06 (Processo nº 5378/06); pelo Vereador Bernardino
Vendruscolo, o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo
nº 018/06 (Processo nº 3710/06); pelo Vereador Carlos Comassetto, o Pedido de
Informação nº 252/06 (Processo nº 5376/06); pelo Vereador Cassiá Carpes, o
Pedido de Providência nº 1952/06 (Processo nº 5370/06); pelo Vereador João
Carlos Nedel, os Pedidos de Providência nos 1938 e 1939/06
(Processos nos 5348 e 5349/06, respectivamente); pelo Vereador José
Ismael Heinen, os Pedidos de Providência nos 1943, 1944, 1945, 1946,
1947, 1948, 1949 e 1950/06 (Processos nos 5359, 5360, 5361, 5362,
5363, 5364, 5365 e 5366/06, respectivamente); pela Vereadora Maria Celeste, o
Pedido de Providência nº 1940/06 (Processo nº 5350/06); pela Vereadora Mônica
Leal, o Projeto de Lei do Legislativo nº 216/06 (Processo nº 5038/06); pelo
Vereador Nereu D’Avila, o Projeto de Lei do Legislativo nº 223/06 (Processo nº
5225/06). Também, foram apregoados os Ofícios nos 1012, 1025 e
1038/06, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre, encaminhando,
respectivamente, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 011/06 (Processo
nº 5335/06), o Projeto de Lei do Executivo nº 049/06 (Processo nº 5343/06) e o
Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 012/06 (Processo nº 5342/06). Do
EXPEDIENTE, constaram: Ofícios nos 12928/06, do Senhor José Carlos
Silva de Deus, Diretor-Geral do Tribunal de Contas do Estado do Rio Grande do
Sul; 11019699 e 11019702/06, do Fundo Nacional da Saúde do Ministério da Saúde.
Na oportunidade, constatada a existência de quórum deliberativo, foram
aprovadas as Atas da Septuagésima Oitava, Septuagésima Nona, Octogésima,
Octogésima Primeira, Octogésima Segunda, Octogésima Terceira, Octogésima
Quarta, Octogésima Quinta, Octogésima Sexta e Octogésima Sétima Sessões
Ordinárias, da Décima Segunda Sessão Extraordinária e da Sexagésima Primeira,
Sexagésima Segunda, Sexagésima Terceira e Sexagésima Quarta Sessões Solenes. Em
prosseguimento, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao
Senhor Paulo Roberto Rossal Guimarães, do Centro de Tradições Gaúchas Raízes do
Sul, que solicitou o apoio deste
Legislativo para que seja regularizada a situação de comodato e desafetação da
área do Bairro Bom Jesus onde se encontra localizado o Centro de Tradições
Gaúchas Raízes do Sul. Sobre o assunto,
afirmou que essa instituição vem enfrentando dificuldades no diálogo com
o Secretário Municipal do Meio Ambiente, o qual, segundo Sua Senhoria, estaria
atuando de forma preconceituosa na transferência desse Centro, visando à
destinação do local para praça pública. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do
Regimento, os Vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Luiz Braz, Elói
Guimarães, Mônica Leal, José Ismael Heinen, Clênia Maranhão, Maristela Maffei e
Raul Carrion manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna
Popular. Também, o Vereador Bernardino Vendruscolo manifestou-se, sugerindo a
criação de Comissão Especial nesta Casa, com a finalidade de examinar as
questões levantadas pelo Senhor Paulo Roberto Rossal Guimarães, tendo o Senhor
Presidente determinado que o Vereador Bernardino Vendruscolo formulasse sua
proposta por escrito. Às quatorze horas e quarenta e oito minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e cinqüenta
e um minutos, constatada a existência de quórum. Em prosseguimento, o Senhor
Presidente apregoou o Ofício nº 012/06 (Processo nº 3137/06), de autoria da
Vereadora Maristela Maffei, Presidenta da Frente Parlamentar em Defesa da Criança
e do Adolescente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua
Excelência solicita que o Senhor Leoberto Branchar, Juiz da Infância e Adolescência,
seja convidado para reunião sobre o tema “Erotização – Influências e Conseqüências”,
a ocorrer no dia vinte e sete de novembro do corrente, no Plenário Ana Terra
deste Legislativo. Após, o Senhor Presidente informou que no dia vinte e três
de novembro do corrente, a partir das dezoito horas, será realizada Audiência
Pública no Centro de Tradições Gaúchas Raízes do Sul, tendo como tema o assunto
hoje tratado durante a Tribuna Popular. Em
GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Elói Guimarães frisou a importância do Movimento
Tradicionalista como veículo de preservação da cultura gaúcha, reportando-se ao pronunciamento
efetuado hoje pelo Senhor Paulo Roberto Rossal Guimarães, em Tribuna
Popular. Também, analisou a crise observada
no sistema de transporte aéreo de passageiros no Brasil, propugnando por ações do Governo Federal,
para a manutenção da qualidade desses serviços e garantia da segurança dos usuários. O Vereador Ervino Besson assinalou o transcurso, hoje, do Dia
da Guarda Municipal e convidou para Missa de Sétimo Dia em memória do
ex-Vereador Isaac Ainhorn. Ainda,
comentou pesquisa divulgada na
imprensa, que avaliou a qualidade de hospitais gaúchos, salientando que os índices de aprovação dessas instituições
denotam reconhecimento do esforço por elas empreendido para superar
dificuldades e prestar um bom serviço à população. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o
Vereador Cassiá Carpes citou
denúncias publicadas hoje no Jornal Correio do Povo, de contratação, pelo Grupo
Hospitalar Conceição, de funcionários ligados ao Partido dos Trabalhadores. Da mesma forma, mencionou posições assumidas
por esse Partido, quanto às relações a serem mantidas com o Governo do Estado,
e criticou ações do Governo
Federal, abordando questões
atinentes ao sistema público de saúde e ao transporte aéreo de passageiros. A seguir, foi apregoado o Memorando nº 022/06, assinado pela Vereadora
Clênia Maranhão, Líder da Bancada do PPS, no qual é informado que, em Congresso
Extraordinário do Partidos Popular Socialista, do Partido Humanista da
Solidariedade e do Partido da Mobilização Nacional, ocorrido ontem, em Brasília
– DF –, foi aprovada a fusão dessas três legendas, passando a se denominar
Mobilização Democrática – MD –, com a Liderança e Vice-Liderança, nesta Casa,
respectivamente, da Vereadora Clênia Maranhão e do Vereador Professor Garcia.
Na oportunidade, o Vereador João Antonio Dib e a Vereadora Manuela d'Ávila
manifestaram-se acerca das alterações a serem implantadas neste Legislativo, em
conseqüência do artigo 13 da Lei Federal nº 9.096/95, conhecida como
“Lei dos Partidos Políticos”, tendo em vista o resultado das eleições no Brasil
em outubro do corrente. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Bernardino Vendruscolo aludiu ao Imposto sobre a transmissão “inter-vivos” – ITBI
–, enfatizando que a Lei
Complementar nº 536/05, que viabilizou o pagamento parcelado desse tributo,
representou benefício à população e mais arrecadação ao Município. Além disso, registrou ter protocolado
o Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 030/06, ampliando de doze para vinte e quatro meses o prazo para
requerer o parcelamento constante nessa legislação. O Vereador José Ismael Heinen relatou sua participação, hoje, em evento promovido pelo Comando
Militar do Sul, para despedida de militares que integrarão missão de paz no
Haiti. Igualmente, formulou
votos para que esses profissionais realizem um trabalho profícuo em defesa da
democracia e da paz mundial, informando
ter sido criado um grupo de apoio aos familiares desses soldados que, voluntariamente,
deixam o País em busca de ideais de construção de uma sociedade melhor. Na
ocasião, o Senhor Presidente registrou a presença, neste Plenário, de alunos da
segunda série e das Professoras Alessandra Azevedo e Vanessa Hickmann Brandalise,
da Escola Província de São Pedro, que comparecem à Câmara Municipal de Porto
Alegre para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo
Memorial desta Casa. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Carlos Comassetto declarou que a nota publicada na imprensa,
intitulada “Desmonte do Grupo
Hospitalar Conceição”, é motivada por disputas para a escolha da nova
diretoria da Associação dos Servidores dessa instituição. Também, sugeriu o comparecimento,
nesta Casa, do Diretor-Presidente do Grupo Hospitalar Conceição e indagou acerca das ações a serem
empreendidas na área da saúde pela Governadora eleita Yeda Crusius. Em
prosseguimento, o Senhor Presidente informou que, conforme solicitado
anteriormente pelo Vereador Carlos Comassetto, já foi encaminhado ao Governo
Estadual solicitação para que sejam informadas as verbas repassadas pelo Estado
ao Município para a área da saúde. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Márcio Bins Ely,
mencionando as demandas do Programa de Orçamento Participativo que Sua
Excelência procurou solucionar enquanto atuou como Secretário Municipal de
Esportes, Recreação e Lazer, elogiou a administração do Prefeito José Fogaça
pela orientação de preservar conquistas e construir mudanças em prol dos
porto-alegrenses. Nesse sentido, mencionou como exemplo a implantação da linha de
ônibus T11 e a conclusão da III Perimetral. O Vereador Professor Garcia comentou
a fusão, ontem, do Partido Popular Socialista, do Partido Humanista da Solidariedade
e do Partido da Mobilização Nacional, que passou a se chamar Mobilização
Democrática. Em relação ao assunto, citou trechos da declaração do Senador Roberto
Freire, eleito Presidente dessa nova aliança, onde ele afirma que ela não apóia
o Governo Federal, embora esteja aberta ao diálogo político. A Vereadora
Maristela Maffei destacou a importância das discussões a respeito da violência
sexual, lembrando a morte, por motivação dessa natureza, da estudante Gabriela
Muratt e convidando
os presentes a participarem do Seminário
“Erotização: Influências e Conseqüências”, ministrado pelo Juiz Leoberto
Brancher, da 3ª Vara da Infância e da Juventude de Porto Alegre, a ser
realizado no dia vinte e sete do corrente mês, no Plenário Ana Terra desta
Casa. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei
do Legislativo no 201/06, discutido pelos Vereadores Adeli Sell e
Márcio Bins Ely, o Substitutivo n° 01 ao Projeto de Lei Complementar do
Legislativo nº 023/06, discutido pelos Vereadores João Carlos Nedel, Carlos Comassetto,
José Ismael Heinen, Adeli Sell e Márcio Bins Ely, o Projeto de Resolução n°
091/06; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo no 212/06; em
3ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo no 214/06, discutido pelo
Vereador José Ismael Heinen, o Projeto de Lei do Legislativo nº 217/06. Na
oportunidade, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Vereador João Carlos
Nedel, que se manifestou em saudação ao transcurso, hoje, do Dia do Técnico em
Contabilidade. Também, o Senhor Presidente registrou o transcurso, hoje, do
aniversário da morte do líder negro Zumbi dos Palmares, informando que, às
dezenove horas, será realizada Sessão Solene para comemorar o Dia Nacional da
Consciência Negra e Ação Anti-Racismo. Ainda, por solicitação do Vereador Nereu
D'Avila, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao ex-Vereador
Isaac Ainhorn, ex-Presidente deste Legislativo, falecido no dia quatorze de
novembro do corrente, tendo o Vereador Nereu D'Avila convidado os presentes
para a missa de sétimo dia, que acontecerá hoje, às dezoito horas, na Igreja
Santa Teresinha. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Sofia Cavedon destacou
a relevância do Dia da Nacional da Consciência Negra, comemorado hoje, opinando
que a marginalização e a desigualdade social e econômica persistem no Brasil.
Dessa maneira, defendeu ações do Governo Federal como a “política de cotas” e o
reconhecimento, identificação e titulação das terras de quilombos, citando como
exemplos o Kilombo Família Silva e o Quilombo dos Alpes, ambos localizados em
Porto Alegre. A Vereadora Neuza Canabarro mencionou a aprovação, pelo Senado,
do Projeto de Lei n° 234/06,
que institui a jornada de tempo integral no Ensino Fundamental,
esclarecendo as determinações nesse sentido da Lei n° 9.394/96, que estabelece
as diretrizes e bases da educação nacional. Também, questionou a falta de vagas
e o aumento nos gastos públicos como argumentos contra a implantação do turno integral
nas escolas gaúchas de Ensino Fundamental. O Vereador José Ismael Heinen comentou a possibilidade de se
instalar Comissão Parlamentar de Inquérito no Congresso Nacional para analisar
denúncias de desvio de verbas públicas por Organizações Não-Governamentais,
mostrando-se contrário a repasses de recursos do erário a essas entidades.
Ainda, criticou declarações do Ministro Sepúlveda Pertence acerca do combate à
corrupção e questionou a origem de dinheiro apreendido pela Polícia Federal com
integrantes do PT. O Vereador Luiz Braz discorreu acerca da trajetória política
do Vereador Isaac Ainhorn, salientando sua contribuição na elaboração do Plano
Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental – PDDUA – e elogiando seu trabalho
na Secretaria Municipal do Planejamento. Além disso, considerou necessária a
revisão por esta Casa, em dois mil e sete, do PDDUA, frisando que questões
relativas ao funcionamento de bares devem ser profundamente analisadas nesse
processo. A Vereadora Manuela d'Ávila analisou a necessidade de reavaliação do
PDDUA no ano que vem, afirmando que aspectos e conflitos peculiares de Porto
Alegre devem ser considerados pelos Senhores Vereadores ao se modificar essa
legislação. Também, protestou contra a implantação do artigo 13 da Lei Federal
nº 9.096/95, o qual determina quais Partidos Políticos têm direito a
funcionamento parlamentar, alegando que isso acarretará uma segregação entre
integrantes dos Poderes Legislativos. A Vereadora Maristela Maffei, respondendo
ao pronunciamento do Vereador José Ismael Heinen, em Comunicação de Líder,
discursou sobre o papel desempenhado pelos Partidos de esquerda no Brasil.
Ainda, refutou a postura do Senhor Luís Afonso Senna, Secretário de Mobilidade
Urbana, quando da apresentação do Projeto Portais da Cidade a este Legislativo,
argumentando que as modificações previstas por essa proposta no sistema de transporte
público são insatisfatórias. O Vereador João Antonio Dib teceu considerações
acerca da conjuntura político-partidária do Brasil, refletindo acerca do papel
desempenhado por diferentes legendas e elogiando as agremiações que se mantêm
fiéis às suas convicções ideológicas. Nesse contexto, defendeu a realização de
uma revisão do Regimento desta Câmara, tendo em vista a implementação do artigo
13 da Lei Federal nº 9.096/95, que regra quais Partidos Políticos têm direito a
funcionamento parlamentar em Casas Legislativas. A Vereadora Clênia Maranhão
saudou o transcurso, hoje, do Dia Nacional da Consciência Negra, destacando
atividades sobre esse tema que estão sendo promovidas em parceria da Prefeitura
Municipal com entidades civis. Também, enalteceu a instalação do Acampamento
Zumbi dos Palmares em Porto Alegre e reiterou a posição do Governo Municipal,
favorável à manutenção de professores admitidos em vagas destinadas a
afro-brasileiros, os quais foram exonerados por ordem do Tribunal de Contas do
Estado. A seguir, os Vereadores Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo e Raul
Carrion manifestaram-se acerca da verificação de quórum para ingresso na Ordem
do Dia, em função da missa de sétimo dia pelo falecimento do ex-Vereador Isaac
Ainhorn, a ser realizada hoje, às dezoito horas, tendo o Senhor Presidente
prestado esclarecimentos acerca do assunto. Às dezessete horas e trinta e cinco
minutos, constatada a inexistência de quórum para ingresso na Ordem do Dia, o
Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores
Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental.
Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Dr. Goulart, Aldacir Oliboni e
João Carlos Nedel, os dois últimos nos termos do artigo 27, parágrafo único, do
Regimento, e secretariados pelos Vereadores Haroldo de Souza e João Carlos
Nedel, este como Secretário “ad hoc”. Do que eu, Haroldo de Souza, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Passamos à
O Sr. Paulo Roberto Rossal
Guimarães, representando o Centro de Tradições Gaúchas Raízes do Sul, está com
a palavra para tratar de assunto relativo à regularização do comodato e
desafetação de área vinculada à SMAM, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. PAULO ROBERTO ROSSAL GUIMARÃES: (Lê.) “Boa-tarde a todos. Saudamos,
primeiramente, o Presidente da Câmara de Vereadores, Ver. Humberto Goulart.
Saudamos os demais membros da Mesa, todos os Vereadores de Porto Alegre,
autoridades presentes e público em geral. Fazemos um especial agradecimento,
suprapartidário, aos seguintes Vereadores - com os quais foi falado,
pessoalmente, sobre o assunto e que nos prometeram apoio para solução do nosso
problema: Ver. Bernardino Vendruscolo, que requereu esta Tribuna Popular; Ver.
Nereu D’Avila, Ver. Adeli Sell e Verª Clênia Maranhão. Estamos aqui para
apresentar a nossa reivindicação e pedir o apoio suprapartidário dos demais
Vereadores de Porto Alegre.
O
CTG Raízes do Sul é uma entidade tradicionalista com vinte anos de existência,
situada na Rua São Domingos nº 89, bairro Bom Jesus, Zona Leste de Porto
Alegre. O CTG segue à risca o que manda a Carta de Princípios de Glauco
Saraiva, norma que rege todas as entidades tradicionalistas filiadas ao
Movimento Tradicionalista Gaúcho. Estamos aqui porque, apesar de o Prefeito
Fogaça ter dito publicamente, várias vezes, que devemos procurar uma solução de
consenso, o Secretário da Secretaria de Meio Ambiente, Sr. Alberto Preto
Moesch, popularmente conhecido como Beto Moesch, conforme reportagem de hoje do
jornal Correio do Povo, insiste em querer, por preconceito contra as entidades
tradicionalistas, que o nosso CTG entregue um pedaço do seu galpão para ele
fazer mais uma praça e deixá-la às moscas como as outras. O nosso consolo é que
sabemos que quem manda é o Prefeito, e não vai vingar a vontade equivocada de
uma pessoa. Temos confiança na vontade do Prefeito e na pessoa do Coordenador
da Comissão, o Secretário Cézar Busatto, de resolver a contento a situação do
CTG e da comunidade.
“O
Secretário reclama que o CTG está ocupando uma área pública, e nós afirmamos:
‘Sim, ocupamos, mas menor que o espaço cedido originalmente, em 1988, pelo
então Prefeito Collares’, conforme comodato aqui em meu poder. Então, estamos
discutindo o que e porquê? É isso que eu pergunto. Estamos discutindo por causa
da intransigência de uma pessoa que, contra os interesses da comunidade, por
preconceito ao tradicionalismo, por desconhecer a história do Rio Grande do Sul
e a importância dos CTGs, não quer perceber a contribuição social de um Centro
de Tradições. Não sabemos por que teima em querer retirar as entidades em geral
que ocupam espaços públicos para fazer mais praças, abandoná-las, e aí, em vez
de solução, criar mais um problema para a comunidade do entorno. Diga-se de
passagem, em tese, não somos contra isso, desde que essas praças sejam
devidamente administradas e cuidadas, oferecendo aos usuários segurança e
tranqüilidade no seu uso. O apoio da maioria da comunidade nós temos, o que
mostram os abaixo-assinados com centenas de assinaturas de pessoas e lideranças
das entidades do Bairro.
“A
Carta de Princípios de Glaucus Saraiva, que norteia a vida de todos os CTGs, em
um dos seus mais importantes itens diz: “Art. 22: procurar penetrar e atuar nas
instituições públicas e privadas, principalmente nos colégios e no seio do
povo, buscando conquistar para o Movimento Tradicionalista Gaúcho a boa vontade
e a participação dos representantes de todas as classes e profissões dignas”.
Também o art. 1º diz: “Auxiliar o Estado na solução dos seus problemas
fundamentais e na conquista do bem coletivo”. Por isso, entendemos que toda a
entidade tradicionalista deve participar, atuar intensivamente em parceria com
as demais entidades que não fazem parte ainda do tradicionalismo, no sentido de
levar a essas tudo de bom que o Movimento Tradicionalista tem. E o CTG Raízes
do Sul - podem ter certeza -, em Porto Alegre, é pioneiro nesse sentido, ou
seja, tem uma participação ativa nos movimentos comunitários da Região Leste.
“Falamos
que o Secretário Beto Moesch está contra os interesses da comunidade, e não só
isso, ele também está contra os interesses do próprio Governo, com relação, por
exemplo, à cedência do nosso galpão. Vou relatar alguns empréstimos que foram
feitos para o próprio Governo e para a comunidade: dia 12 de maio de 2005,
festa do Dia das Crianças para a comunidade; dia 22 de outubro de 2005,
palestra de formação de novos Delegados do Orçamento Participativo; dia 26 de
outubro de 2005, lançamento da Governança Local, com a presença do Prefeito
Fogaça, em que ele, publicamente, na frente de todo o mundo, disse que apoiava
a renovação do nosso comodato; dia 25 de maio de 2006, Seminário Visão de
Futuro da Governança Local; dia 12 de outubro de 2006, festa do Dia das
Crianças da comunidade, com mais de 1.200 crianças; dia 8 de novembro de 2006,
Mostra das Oficinas da Descentralização da Região Leste; e, agora, dia 30 de
novembro, vão ter início as oficinas gratuitas de fuxico e amassadinho para a
comunidade. Além disso, foram feitos inúmeros empréstimos para outras entidades
da Região Leste: Cabana da Paz; Sociedade Heróphilo de Azambuja, do Jardim Ipê;
Grupo da Terceira Idade Senhor Bom Jesus; Creche Girassol, da Av. Protásio
Alves; empréstimo também para a Comissão de Cultura da Região Leste e outros
que, sempre que solicitam, obtêm empréstimo gratuito do galpão para as suas
atividades. Vejam só: o Governo usa o nosso espaço, e agora o Sr. Beto Moesch
quer desconstituir as entidades que, além de prestarem serviços à comunidade,
ajudam o Governo sempre que solicitadas.
“Falamos
que o tradicionalismo tem muita coisa boa para a sociedade, além de suas
atividades principais: inclusão social através de suas invernadas de danças, em que dezenas de jovens
participam e aprendem a disciplina e bons costumes, sempre copiando o bom
exemplo das gerações mais velhas, pois a convivência saudável tem muito a
ensinar. E podem ter certeza de que os jovens oriundos do tradicionalismo têm
valores para mostrar à sociedade. Com certeza, o fato de serem tradicionalistas
é um enriquecimento do seu currículo profissional, pela bagagem que adquiriram
dentro dos CTGs, de apego à ética, à moral e aos bons costumes, também
aprendendo que, só com a cooperação e a convivência saudável em grupo, irão
para frente em suas carreiras profissionais.
“Falar
que os CTGs, entidades em geral, que ocupam áreas públicas, não têm habite-se,
não têm licença ambiental para seus eventos é chover no molhado, pois todos
sabem que elas não têm. Quanto à regulamentação, sim, senhores, precisamos
regulamentar, precisamos de um Governo que reconheça e trate essas entidades
como elas merecem ser tratadas. Aparentemente se trata de uma ação de Governo,
o que comprometeria toda a Administração e o Prefeito da Capital, mas queremos
crer que não é nada mais que uma ação isolada, desnecessária e carregada de
preconceito de um Secretário Municipal.
O
Secretário Beto Moesch está investindo contra um dos esteios do Rio Grande do
Sul, que é o tradicionalismo, pois nunca em sua história os CTGs foram tão
ameaçados como agora, em terem desestabilizada a sua atuação pela vontade de
uma pessoa que quer retomar todas as áreas ocupadas em Porto Alegre, conforme
reportagem publicada no jornal Zero Hora no dia 6 de outubro de 2006, na página
27, e, como se sabe, essas entidades são a esmagadora maioria.
“E
aí, meus senhores, eu lhes pergunto: por serem entidades sem fins lucrativos,
para onde irão? Com certeza terão que fechar! Com isso, o Secretário quer
extinguir a cultura tradicionalista na Capital dos gaúchos, e estão começando
pela Região Leste. Primeiro foi a investida contra o CTG Tiaraju, um dos
pilares do Movimento em Porto Alegre, com mais de quarenta anos de atuação na
área cultural. Agora chegou a vez do CTG Raízes do Sul, outra referência em
cultura, em participação de movimentos comunitários e parceria com o próprio
Governo, que, por várias ocasiões, conforme citamos, usou o nosso galpão. O CTG
tem as suas atividades ameaçadas por uma pessoa que, por uma pretensa política,
quer retomar áreas públicas para fazer mais praças - pasmem, senhores, fazer
mais praças! Não somos contra, mas não se cuida nem das atuais, e quer fazer
mais, quer retirar as entidades que prestam relevantes serviços assistenciais,
sociais e de saúde. Isso para fazer praças e depois abandoná-las, como estão a
maioria das atuais em Porto Alegre.
“Investir
contra o tradicionalismo e contra o movimento comunitário é investir contra o
seio do povo, pois esses movimentos representam o que de mais legítimo tem o
Rio Grande: um, por lutar por conservar os nossos verdadeiros costumes e fazer
cultura, projetos sociais de inserção social; o outro, através de sua atuação,
o maior canal para a população conseguir os seus anseios e as suas
necessidades, fato esse reconhecido, aclamado e copiado por várias cidades do
mundo.
“Nosso
encaminhamento de solução: pedimos a regularização do comodato na situação
atual - fato esse já aprovado por abaixo-assinado da comunidade e pelo FROP por
unanimidade - e a desafetação da área da SMAM para a Secretaria da Cultura
(promoção de eventos e manifestações culturais).
“Obrigado
a todos pela atenção e pela oportunidade de estarmos aqui. Convidamos os
Vereadores e simpatizantes da nossa causa a comparecerem no dia 23 de novembro,
quinta-feira, às 19h, em nosso galpão, sito na Rua São Domingos n° 89, bairro
Bom Jesus, para nos apoiarem”. Muito obrigado a todos.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado.
Convidamos o Sr. Paulo Roberto a fazer parte da Mesa.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ADELI SELL: Meu caro
Presidente, meu caro Guimarães, em nome da minha Bancada - Ver. Oliboni, Verª
Margarete, Verª Sofia, Ver. Comassetto, Ver. Todeschini, Verª Maria Celeste -,
informo que nós queremos nos somar às preocupações sobre a questão das praças
de um modo em geral, como o senhor acabou aqui de colocar. É evidente que nós
temos preocupação com o uso racional das praças. As praças, por excelência, são
locais públicos que as pessoas podem e devem usar integralmente, se possível 24
horas por dia, em especial as nossas crianças. Mas nós sabemos que há praças
onde nós temos construções, canchas de bochas, CTGs, etc. e tal; se essas
estiverem com a documentação em dia, se tiverem a licença, se tiverem a
ocupação, como é o seu caso - inclusive colocando à disposição do Poder Público
-, a conversa é muito diferente, é muito diferente, porque o que nós estamos
vendo - inclusive eu tenho me manifestado com certa freqüência aqui sobre o
assunto - é o abandono das praças.
Então
a preocupação do Secretário devia ser, antes de qualquer coisa, a de resolver
os problemas da Praça da Matriz, da Praça Daltro Filho, da Praça
Berta Starosta, de tantas outras praças que estão literalmente tomadas ou por
moradores de rua, ou por reciclagem de papel ao ar livre, ou por drogadição. E
nós estamos discutindo, inclusive, o uso de parte do parque aqui para a questão
da nossa OSPA. Portanto essas são discussões atinentes, pertinentes, e a nossa
Bancada vai acompanhar pari passu, nós vamos fazer com que possamos
acompanhar as negociações. Eu sei que haverá uma reunião no dia 23,
quinta-feira, e esperamos ter uma representação da nossa Bancada; a nossa Bancada
acompanhará integralmente essas questões. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a
palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; prezado Guimarães, representantes do CTG Raízes
do Sul, dos demais CTGs aqui presentes, todos sabem da nossa preocupação com o
tradicionalismo, porém eu quero propor, Presidente, que esta Casa possa ter um
trabalho mais efetivo, mais proveitoso junto a essa problemática toda que está
posta aí, porque há muitas informações contraditórias. O Sr. Guimarães nos traz
esse documento, que é do período em que o Dr. Collares governou o Município, e
a informação que este Vereador tinha era outra. Como todos nós aqui desta Casa,
acredito, tenho a preocupação de trazer para a sociedade soluções de forma
concreta, então quero propor que nós possamos aqui criar uma Comissão Especial
específica, para acompanhar esse trabalho junto ao Executivo. Eu acho que aqui
nesta Casa nós temos a representação de toda a população de Porto Alegre, e
nada mais justo do que criarmos essa Comissão para fazermos um trabalho
proveitoso em defesa do tradicionalismo e, quem sabe, corrigirmos algumas coisas
que possamos e devamos corrigir. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado. Faça
o Requerimento por escrito, Ver. Bernardino.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, eu quero
cumprimentar o Sr. Paulo Roberto Rossal Guimarães, do Centro de Tradições
Gaúchas Raízes do Sul, e dizer que nós, que somos representantes da sociedade,
temos que ficar atentos com relação ao problema alusivo a todas as áreas que
estão destinadas à praça. Nós conhecemos o Ver. Bato Moesch, hoje incumbido de
ocupar a Secretaria. Pessoalmente, eu não acredito que o Beto Moesch tenha
preconceito com relação aos Centros de Tradições, mas é claro que qualquer
pessoa que estiver administrando a SMAM vai ter que tomar todas as medidas
necessárias para preservar essas áreas, que são destinadas à praça pública.
Então eu acho que nós temos que aqui, como
representantes da sociedade, ver as questões que estão ligadas aos Centros de
Tradições, temos que amparar os Centros de Tradições, para que eles possam
continuar com o seu trabalho, o de fazer com que as tradições sejam repassadas
de geração a geração, mas nós também temos que proteger aquilo que é o
patrimônio de toda a sociedade, que são as áreas de praça. Acredito que o Ver.
Beto Moesch, hoje incumbido da Secretaria do Meio Ambiente, tem exatamente essa
preocupação. Acho até, Sr. Presidente, que esta Casa deve acompanhar de perto,
se possível até por uma Comissão Especial, montada para acompanhar esses problemas
alusivos aos Centros de Tradições.
Mas eu tenho absoluta certeza de que o Beto Moesch,
juntamente com esta Casa e os Centros de Tradições, poderá chegar a uma
conclusão que seja boa para todo o mundo. Eu acho que ele não tem esse
preconceito, não deve ter esse preconceito. Pelo que eu conheço do Beto, eu
acho que a função dele não o deixaria fazer com que esse preconceito
sobrepujasse os seus deveres como Secretário do Meio Ambiente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
O Ver. Elói Guimarães está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. ELÓI GUIMARÃES: Presidente
Goulart, Sr. Paulo Roberto Rossal Guimarães, associado do Centro de Tradições
Gaúchas Raízes do Sul, eu gostaria de dizer ao nosso ilustre visitante que nós, esta Casa, temos, nessa área,
uma vivência com o Movimento Tradicionalista Gaúcho, em especial este Vereador,
e outros Vereadores também. Lembro, Paulo Roberto - veja V. Sª e os integrantes
do CTG aqui -, que o CTG Gildo de Freitas esteve fechado por uma ação do
Ministério Público, e eu fui o primeiro patrão de honra do CTG Gildo de
Freitas. O CTG esteve fechado durante um longo tempo. Quando surgiu essa
questão ligada ao CTG Raízes do Sul, eu imediatamente fiz um contato com o
Secretário Beto Moesch, e ele me mandou um documento, que depois vou passar às
mãos de Vossa Senhoria.
Vossa
Senhoria também citou aqui a questão do CTG Tiaraju e, de resto, outros CTGs.
Eu tive a oportunidade de estar junto lá no Tiaraju com o Secretário Moesch em
reunião que fizemos. Mas eu gostaria, sim, de tranqüilizar V. Sª, e
evidentemente o Movimento é válido. Nós temos que estar atentos e vigilantes,
porque efetivamente se faz necessário assim proceder.
De
concreto, o Prefeito criou uma comissão com o Movimento Tradicionalista Gaúcho,
e há outros Secretários, em especial o da SMAM, exatamente para tratar com os
CTGs e criar mecanismos para fazermos os ajustes dos galpões dos CTGs nas
praças. Então há essa comissão. O que se fez lá no Tiaraju foi um termo de
ajuste, porque nós, além da atividade da ocupação, temos problemas ligados a
ruídos. Aqui, especificamente no caso do Raízes do Sul, diz-me o Secretário - o
documento, eu vou passar às mãos de V. Sª - que houve uma invasão de nove
metros em direção à quadra de vôlei, e a comunidade, veja V. Sª, está
pressionando o Secretário.
Então
eu gostaria de colocar a Casa à disposição de V. Sª, o que todos aqui já
colocaram, para encontrarmos um termo no sentido de preservarmos isso que V.
Sª defende com tanta veemência - e todos defendemos -, que é a nossa tradição
gaúcha, pelo que ela representa, pelo que os CTGs representam para a Cidade a
custo zero, e V. Sª colocou aí o que o Raízes tem feito para o Poder Público.
Então, eu gostaria de dizer que nós estamos atentos, não se preocupe, haveremos
de encontrar, juntamente com a Casa e com a Comissão, soluções que
compatibilizem os interesses locais.
Quero aproveitar a oportunidade para convidá-lo,
assim como o Patrão e, de resto, o CTG, para a inauguração que faremos agora,
no dia 2 de dezembro, na Estância da Harmonia, da estátua do grande pajador,
poeta, Jayme Caetano Braun, convidamos o Centro de Tradições Gaúchas Raízes do
Sul e os outros CTGs para fazermos a inauguração que é, em última análise, uma
ação desta Câmara na preservação dos nossos valores e do Movimento
Tradicionalista Gaúcho. Cumprimento Vossa Senhoria.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª Mônica
Leal está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Paulo,
boa-tarde, eu gostaria de registrar, antes de mais nada, que, assim como o
senhor defende o Movimento Tradicionalista do Rio Grande do Sul, que é muito
importante, o Secretário do Meio Ambiente defende as praças, que nós sabemos
ser o coração dos bairros; elas são o espaço onde as pessoas se divertem, fazem
o seu lazer, é importante que isso fique registrado.
E também é muito importante lhe dizer que não
existe nenhum preconceito por parte do Secretário Beto Moesch - eu pessoalmente
acompanho o seu trabalho -, que tem feito um excelente trabalho em prol das
praças da nossa Cidade, inclusive trazendo algo que as comunidades estão
gostando muito que se chama: “Os Diálogos na Praça”. Então, é muito importante
que isso fique esclarecido. Eu tenho certeza de que nós, juntos, poderemos
chegar à solução desse problema. E trago aqui uma boa notícia para os senhores:
será feita, no dia 23 de novembro, uma audiência pública, lá no próprio CTG,
para, juntos, buscarmos uma solução, pois quem ganha é a cidade de Porto Alegre
e o Estado do Rio Grande do Sul. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente desta Casa, quero cumprimentar o Sr. Paulo Roberto Rossal
Guimarães, associado do nosso Centro de Tradições Gaúchas Raízes do Sul, em
nome do Partido da Frente Liberal. Caro tradicionalista, não preciso dizer mais
nada - fui fundador do Glauco Saraiva do Geraldo Santana - a respeito do apreço
que a gente tem por esse
Movimento, que eu considero uma das maiores culturas do mundo, culturas sérias,
objetivas, acabadas, tanto é que nós fizemos um Projeto aqui, aprovado por esta
Casa, da nossa Cidade Gaúcha, que foi sancionado.
O
que nós precisamos realmente, nobre gaúcho, é chegar, consensualmente, a uma
solução legal, porque isso não é apenas um problema do seu CTG. Nós temos
problemas terríveis em Porto Alegre com os demais CTGs, com diversos clubes
sociais de Porto Alegre, e V. Sª nos descreveu o quanto essas entidades prestam
de serviços à coletividade porto-alegrense. Imensos benefícios, a
responsabilidade é enorme perante o Código Civil, e não estão desamparadas, mas
estão esquecidas porque não pedem, também. Um exemplo, Sr. Presidente: todas
essas entidades não passam pelo crivo da Lei do Silêncio, muitas entidades já
deixaram de estar presentes em nosso meio por causa da Lei do Silêncio, nós
temos que estudar isso conjuntamente.
Então,
eu o saúdo, estaremos lá no dia 23 para dar a nossa modesta colaboração no
sentido de buscarmos uma saída legal para o seu CTG, para os outros CTGs e para
os clubes sociais de Porto Alegre, que tanto contribuem com o Poder Público.
Muito obrigado e parabéns.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, inicialmente eu
queria saudar o Sr. Paulo Roberto Rossal Guimarães, que aqui fala em nome do
Centro de Tradições Gaúchas Raízes do Sul. Quero dizer que é um prazer
recebê-lo, e é muito importante a sua vinda à Câmara, para que o nosso
Parlamento possa acompanhar esse debate que hoje acontece na nossa Cidade,
envolvendo o CTG, a Prefeitura de Porto Alegre, na busca do que hoje o senhor
aqui nos solicita.
Evidentemente,
nós todos, Vereadoras e Vereadores, reconhecemos o importante trabalho que é
feito pelo Secretário Beto Moesch em relação às suas atribuições de manutenção
e conservação das praças e parques de Porto Alegre. Porém a nossa Cidade é
extremamente complexa; cada praça, cada parque têm a sua história, têm a sua
tradição, e é preciso que isso seja considerado. Muitas vezes há interesses
contraditórios na própria comunidade, e aí é que entra o Poder Público na busca
da solução desses problemas. Porém, assim como já foi afirmado pela Verª
Mônica, eu queria ressaltar que nós estamos muito confiantes com relação à
reunião que foi construída através do CTG e a Prefeitura de Porto Alegre, uma
audiência para a qual eu reforço o convite a todas Vereadoras e Vereadores.
Essa reunião acontecerá, inclusive, na sede do próprio CTG, na próxima
quinta-feira, e lá estará presente o Secretário de Coordenação Política, talvez
o próprio Prefeito, o Secretário do Meio Ambiente, a Direção e os
representantes da comunidade, através do seu CTG, realmente será um espaço de
construção da solução para isso. Reafirmamos o enorme reconhecimento que tem a Prefeitura
de Porto Alegre ao Movimento Tradicionalista e aos CTGs diante da contribuição
dada à cultura do nosso Estado e à formação da nossa juventude.
O
Ver. Bernardino, que é um especialista nesse tema e que o tem trazido com muita
freqüência, propõe a construção de uma Comissão Especial na Casa, e eu sugiro
que talvez seja mais rápido, Vereador, se nós nos somarmos a essa audiência que
já está em andamento, porque, talvez, na própria quinta-feira, já possamos
construir essa solução. Caso ela demore mais, eu acho que a idéia do Vereador
pode ser executada, mas ela tarda mais, e eu acho que há uma urgência de
solução com relação a esse problema.
Queria,
por último, Sr. Presidente, reafirmar a posição da Prefeitura de Porto Alegre
no reconhecimento aos equipamentos existentes na nossa Cidade, no
reconhecimento aos CTGs, principalmente o Raízes do Sul, que tem uma profunda
inserção naquela comunidade. Eu conheço as atividades do CTG, já estive
participando de várias atividades de defesa dos interesses da comunidade na
sede do CTG, porque ele tem essa postura de se abrir para comunidade, e lá são
feitas reuniões extremamente importantes. Eu queria parabenizar o trabalho do
CTG, o seu trabalho e dizer que, seguramente, construiremos uma solução dentro
das exigências da Secretaria de Meio Ambiente e, fundamentalmente, dentro dos
conceitos da Prefeitura de Porto Alegre, que é o diálogo e o respeito ao
profundo capital social que tem esta Cidade.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sr. Paulo Roberto Guimarães, do Centro de
Tradições Gaúchas Raízes do Sul, falo aqui em nome da Bancada do PSB. Gostaria
de dizer que, quando tratamos das questões da SMAM, estamos tratando de bens
públicos, mas não podemos ter dois pesos e duas medidas. Veja bem, nós queremos
o ideal para a Cidade, mas temos que trabalhar com o real. Nesta Casa, o Secretário
da SMAM esteve para deliberar - e já foi deliberado pela SMAM - no sentido de
que seja construída a OSPA aqui no Parque da Harmonia, espaço que sempre
lutamos para que fosse um espaço para todos. Quando quisemos colocar o Complexo
Cultural, os protestos foram de uma magnitude, assim... As organizações, a
questão do meio ambiente, foi um horror! Tivemos que colocá-los lá na Zona
Norte e fizemos uma Comissão Especial.
O
que eu quero dizer com isso? Nós temos que tratar as coisas caso a caso, e, se
nós não tivermos esse olhar, vamos estar... Eu não sou uma tradicionalista, mas
gosto muito, então eu respeito. Assim como eu gosto do carnaval, eu gosto de
todas as culturas, sejam quais forem, e nós temos que ter essa grandeza,
também, no sentido de compreender as diversidades, compreender o diferente. E
não podemos buscar soluções como uma queda-de-braço, como foi a questão do
Morro do Osso, por exemplo, em que parece que os índios agora são bandidos, e
aí, lá no CTG, os tradicionalistas é que passam a sê-los. Eu acho que nós temos
que buscar um bom senso, inclusive para haver esse bom senso na comunidade.
Nesse sentido, quero
agradecer o convite do dia 23, nós estaremos lá com certeza, defendendo que a
solução seja para todos, mas respeitando a história daquela comunidade, assim
como nós temos que respeitar todas as histórias, e não consagrarmos as coisas -
como querem colocar aqui a questão da OSPA -, nessas situações o bem deve ser
coletivo, para todos, e lá essa instituição já está estabelecida há muitos
anos. Então, é claro que nós vamos estar ao lado, porque a democracia é assim:
ganham aqueles que estiverem mais organizados, os que tiverem a maioria, cujo
objetivo também seja bom para a comunidade. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
Gostaria de dizer também que é verdade,
“a praça é do povo como o céu é do condor”, mas, ao mesmo tempo, é importante
que nas praças haja equipamentos que a população possa utilizar, e com toda a
certeza o CTG é um desses equipamentos. Nós temos preocupação, realmente, com a
situação, porque tivemos na nossa Comissão de Direitos Humanos, a CEDECONDH, a
visita do Secretário Moesch por conta da expulsão de moradores de rua de uma
forma um tanto autoritária, bruta, retirada de pertence em qualquer
alternativa, fruto dessa visão. E na ocasião o Secretário Moesch nos disse que
existem inúmeros CTGs, Clubes de Mães, creches nas praças e que dará um fim a
isso. Nós ficamos, realmente, muito preocupados, porque essa visão não consegue
compreender que equipamentos como uma creche, um CTG, um Clube de Mães fazem
parte de uma praça. E disse muito bem a Verª Maristela, está-se discutindo
aqui, num parque da Cidade, um grande empreendimento que é a OSPA. E aí todo o
mundo acha bom. E eu acho que pode ter, mas por que o CTG não pode? Por que o
Movimento Tradicionalista não pode? Então, essas questões têm de ser colocadas.
Queria dizer, então, que o que deve ser
feito, e a nossa Bancada vai contribuir, é um comodato regularizando; se deve
haver contrapartida dos CTGs, que haja as contrapartidas. Eu tenho certeza de
que vocês estarão abertos em relação à população, como ela pode usufruir em
determinados momentos, etc. Eu acho que, simplesmente, borrar do mapa um CTG,
que certamente é uma construção da comunidade, muitas vezes com contribuições
das festas, não é uma boa política. O Secretário Moesch deveria ponderar muito
bem, e nós estamos aqui para ajudá-lo a ponderar sobre todas essas coisas, e a
Verª Clênia vai colaborar com o Governo para que nós encontremos essa solução.
Porque não é o seu CTG somente, são muitos, e nós vamos criar um grande
conflito nesta Cidade.
Então, eu queria dizer que vocês podem
contar com este Vereador e com a Verª Manuela, Vereadores do PCdoB. Em relação
a essa reunião que vai haver, que todos os Vereador sejam convidados e
informados, para que possam contribuir. Que o novo comodato coloque as
condições, que haja a contrapartida; a Cidade, o CTG Raízes do Sul e o
Movimento Tradicionalista ganharão com isso. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Estão
suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h48min.)
O
Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Grande Expediente.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, nós
já tivemos oportunidade de aqui nos manifestar sobre essa questão ligada aos
nossos CTGs, como também associações, clubes, que prestam relevantes serviços à
comunidade. É óbvio que Movimento Tradicionalista Gaúcho não só carrega, nas
suas finalidades, o trato solidário onde estão os seus galpões, com os seus
CTGs, como de resto representam as nossas mais caras tradições do Rio Grande do
Sul. Então, eu não tenho dúvida - aos integrantes do CTG Raízes do Sul como aos
demais Centros de Tradição - de que teremos um entendimento capaz de preservar
exatamente o trabalho e as atividades dos nossos Centros de Tradição. Inclusive
chamei a atenção para o CTG Gildo de Freitas, que esteve, durante um
tempo, fechado por falta de entendimento, por falta de compreensão, etc. e tal.
O Ministério Público ingressou, e aí foi uma luta para reabrir o CTG Gildo de
Freitas.
Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, gostaria de enfocar aqui, neste tempo, a questão
que tem ocupado os espaços de jornais da mídia nacional envolvendo o transporte
aéreo de passageiros em nosso País. Lamentavelmente, ocorreu este acidente este
ano, que vitimou, que se constitui num verdadeiro recorde de acidente aviatório
em nosso País, coincidindo exatamente com o centenário do vôo do 14 BIS, um
acontecimento extremamente lamentável. Mas a sociedade só toma conhecimento da crise,
da verdadeira caixa-preta do setor, quando os controladores de tráfego entram
em greve, e a partir daí se tem, com a devida amplitude, conhecimento da
situação, por assim dizer, e continua relegado esse serviço fundamental,
importante, que é o transporte aéreo, dada a sua grande complexidade, e o pior
é que o problema continua. Ontem, por exemplo, um vôo chegou com 15 horas de
atraso.
Então,
Sr. Presidente e Srs. Vereadores, está havendo, na minha opinião, uma ausência
de autoridade para a resolução dessa questão extremamente grave, porque as
informações que se tem é que a responsabilidade por hora é da Infraero, depois
passa para ANAC - Associação Nacional de Aviação Civil -, enfim, é uma situação
que a opinião pública está de sobressalto, porque continua o problema. Temos
recebido telefonemas da área civil da aviação, com palavras, por exemplo, como
estas: “Olha, tem havido muita sorte”. Olhem a gravidade da coisa! Por sorte
não tem havido outros acidentes aviatórios! Só depois da greve que os controladores
de vôo fizeram é que, de um modo geral, a sociedade como um todo teve
conhecimento da complexidade do transporte aéreo, das linhas aéreas, dos
controles, enfim. Aí, têm-se notícias de uma situação absolutamente precária,
exatamente numa questão tão delicada como é o controle das aeronaves que andam
no céu brasileiro. Esse acidente com o boeing e o jato Legacy foi
resultado de uma falha humana, cuja responsabilidade está sendo colocada na
administração da aviação, e em especial por ter havido algumas falhas entre os
controladores.
A
situação continua nos aeroportos, com graves conseqüências aos interesses
gerais das pessoas. Algo inaceitável! Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós
queremos deixar consignada essa manifestação. É uma questão nacional e
transnacional, mas tem de haver, de parte do Governo Federal, medidas
imediatas. A greve dos controladores aéreos já terminou, e a balbúrdia continua
no setor. Ontem, numa entrevista, um desembargador disse que procurou a
Infraero, depois a ANAC, procurou aqui e ali, e ninguém assumiu a
responsabilidade. Então, está havendo um vácuo de autoridade num assunto de
grande complexidade, o que nós não podemos aceitar. A sociedade não pode
aceitar que um assunto dessa dimensão, dessa complexidade seja deixado à deriva.
É o que está acontecendo nos nossos aeroportos, com as linhas, com os atrasos, criando
todos os problemas. Isso não pode continuar à deriva. Então, faz-se
imprescindível de parte do Governo Federal, de parte das administrações ligadas
à aviação civil que sejam tomadas medidas imediatas e objetivas no sentido de
debelar uma situação dessa dimensão, porque o problema continua.
E o que se diz nas empresas aéreas é: “Olha, tem havido muita sorte”. Isto está na
mídia, nos jornais, nas informações: acontecimentos dramáticos, gravíssimos,
catastróficos, só não se deram por sorte! É algo muito grave, e queremos aqui,
neste período que nos permite aprofundar mais o assunto, dizer que é lamentável
o que está ocorrendo no País hoje, e que se faz imprescindível uma solução por
parte das autoridades. E soluções existem. Não podemos crer que uma situação de
tal complexidade, que envolve o transporte aéreo, possa ser deixada ao
deus-dará, como se diz vulgarmente.
Então, fica aqui, Sr.
Presidente e Srs. Vereadores, a nossa manifestação de espanto pela ausência de
autoridade, ausência de providências capazes de debelar essa situação que se
mantém. Um vôo ontem atrasou 15 horas, não é possível aceitar esse desmando.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Ver.
Elói Guimarães.
Aproveito para mandar meu abraço à Verª Maristela
Meneghetti.
O Ver. Ervino Besson está com a palavra em Grande
Expediente.
O SR. ERVINO BESSON: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16
da TVCâmara, quero saudar a todos. Vou abordar dois assuntos no dia de hoje. Em
nome da Bancada do PDT, em nome do nosso querido Presidente, quero saudar a
Guarda Municipal pelo seu dia.
Há poucos dias tivemos nesta Casa uma ampla
discussão a respeito do uso de armas pela Guarda Municipal. Acredito que foi
uma vitória para esta Casa e uma vitória para a Cidade, pois hoje temos em
nossa Guarda homens bem preparados, com cursos na Brigada Militar e Polícia
Federal, dando-lhes condições de portarem armas. Entendemos que, sem dúvida
nenhuma, é um reforço para a Cidade no sentido de dar mais segurança, pois hoje
há uma insegurança não só no nosso País, mas no mundo inteiro.
Também há a conservação do patrimônio público, como
já foi dito por outros oradores: a preservação do patrimônio público estava
sendo muito difícil de ser feita, pois a Guarda Municipal não utilizava armas
e, quando recebia denúncia, precisava pedir auxílio da Brigada Militar, porque
eles não poderiam atender a chamadas já que não portavam armas. Portanto, como
já disse, temos hoje homens bem preparados e com condições de usar armas. Eu
acho que é uma maneira de termos melhores condições na segurança municipal e do
nosso patrimônio público.
Queremos, então,
transmitir os nossos cumprimentos ao nosso querido Secretário Kevin Krieger
pelo belíssimo trabalho junto à Secretaria e também o nosso abraço aos nossos
seguranças municipais, às pessoas que trabalham nessa área de extrema
importância. Fica aqui o nosso reconhecimento ao Dia da Guarda Municipal.
O segundo assunto que quero abordar diz respeito a
uma importante matéria publicada pela Zero Hora há alguns dias, é sobre uma
pesquisa realizada junto aos usuários dos nossos hospitais, principalmente
aqueles que utilizam o Sistema Único de Saúde - SUS. Uma bela matéria,
excelente matéria! Dos 325 hospitais visitados, o jornal Zero Hora publicou uma
relação dos dez que receberam as melhores notas. Eu vou ler, porque acho de extrema
importância. Penso que é bom a população saber as notas que receberam hospitais
de Municípios pequenos, mas que têm um atendimento satisfatório, porque as
pessoas que fizeram essas pesquisas tiveram que selecionar os hospitais.
Foram dez hospitais. O primeiro no ranking
foi o Instituto de Cardiologia de Porto Alegre, pela segunda vez, com 9,37; o
segundo colocado foi o Hospital da Universidade Federal de Pelotas com 9,27; o
terceiro foi o Hospital São José, de Ivoti, com 9,26. Vejam V. Exas
que o hospital de Ivoti é pequeno. O quarto foi o Hospital de Clínicas de Porto
Alegre, com 9,25; o quinto foi o Hospital de Caridade, de Quaraí, com 9,23.
Conheço a cidade de Quarai, parabéns àquela comunidade. O sexto foi a Santa
Casa de Rio Grande, com 9,17; o sétimo foi o Hospital Padre Jeremias, de
Cachoeirinha, com 9,15; o oitavo foi a Santa Casa de Jaguarão, com 9,14; o nono
foi o Hospital Santa Luzia, de Capão da Canoa, com 9,09; e o décimo foi o
Hospital Regina, de Novo Hamburgo, com 9,09.
Vejam V. Exas e as pessoas que nos
assistem nas galerias: os dez hospitais têm uma média que não baixou de nove.
Queremos parabenizar os hospitais pelas notas que tiveram. De dez hospitais,
nós tivemos dois de Porto Alegre, que são o Hospital de Clínicas e o Instituto
de Cardiologia. Parabéns ao nosso Interior do Estado; parabéns, porque os
hospitais hoje têm extrema dificuldades, enormes dificuldades, como todos os
hospitais, mas eles receberam esse reconhecimento da população com essa
pesquisa. Estamos satisfeitos!
Quando uma pessoa procura recurso nos hospitais,
muitas vezes só o atendimento, quando ela é bem atendida pelos atendentes, por
pessoas bem preparadas para atender os doentes, já é positivo. Uma pessoa que
procura um hospital é porque está doente, mas infelizmente alguns segmentos de
alguns hospitais ainda deixam a desejar. Que essa classificação dos hospitais
seja um alerta para essas pessoas que atendem as pessoas com má vontade,
porque, ao chegar para o atendimento médico, quando é atendida com boa vontade dos atendentes, a pessoa se sente valorizada, sente-se
satisfeita. Agora, quando a pessoa chega num hospital, meu caro Presidente, com
um problema de saúde, e é mal-atendida, eu pergunto: como é que essa pessoa sai
do hospital? No fim, sai mais doente do que quando foi procurar recurso!
Então,
nós temos que destacar essa pesquisa, que é de extrema importância para os
nossos doentes. Quem leu, e acho que milhares de pessoas leram esta matéria de,
praticamente, meia página do jornal Zero Hora... Que essa matéria sirva de
incentivo a toda essa grande equipe que trabalha nos hospitais. Porque o
hospital tem de ser uma grande família, pois, quando há calor humano, surgem as
pessoas preparadas para atender o nosso cliente.
Na
sexta-feira, nós estivemos, inclusive, fazendo uma visita ao Hospital Vila Nova
- eu moro próximo a esse Hospital -, ao qual quero fazer um reconhecimento, de
público, porque é um hospital, como tantos outros, que luta com muita
dificuldade! Eu tenho de destacar que muitos hospitais ainda continuam abertos
pelo heroísmo de seus profissionais, porque o retorno que eles recebem do SUS é
muito pequeno. E tenho usado muito o Hospital Vila Nova, como também a Santa
Casa e o Hospital de Clínicas, encaminhando pessoas. Graças a Deus, tenho
destacado aqui algumas situações nesta tribuna, e esses hospitais têm nos
atendido cordialmente.
Hoje,
neste momento, quero agradecer ao meu querido Dr. Dalmolin, porque, depois de
ter feito um apelo a ele, fui atendido. Havia uma senhora com uma reconsulta
para junho do ano que vem - em junho do ano que vem! -, e hoje o Hospital Vila
Nova, prontamente, atendendo o nosso pedido, está realizando a cirurgia nessa
senhora!
Então,
acho que têm de se fazer os registros que são bons aí, que representam os
hospitais, até para nós, Vereadores, porque muita gente não tem a quem se
socorrer. Socorra-se aqui na Câmara Municipal! O que nós pudermos fazer, temos
de fazer por essa gente! Fica aqui o reconhecimento ao Dr. Dalmolin e à Direção
do Hospital Vila Nova. Fraternalmente, quero fazer esse agradecimento. E, como
já disse, também a outros hospitais que atendem muito os nossos pedidos.
Para
encerrar, quero aqui refazer o convite aos queridos Vereadores, às queridas
Vereadoras desta Casa, funcionários desta Casa e também às pessoas que nos
assistem pelo Canal 16 - não sei se está sendo direta a transmissão desta
imagem: hoje nós teremos a Missa de Sétimo Dia, às 18 horas, na Igreja Santa
Teresinha, do nosso querido colega desta Casa, Ver. Isaac Ainhorn. Fica este
convite, e eu o faço, meu caro Presidente, em seu nome, em nome da Verª Neuza,
do Ver. Mario Fraga, do Ver. Márcio, do Ver. Nereu, enfim, de todos os
Vereadores desta Casa. É um momento de pesar, em razão do falecimento do nosso
querido Ver. Isaac, e é um momento em que nós poderemos comparecer à Igreja e
agradecer a Deus por nos dar a vida. Eu acho que o Vereador merece essa
homenagem póstuma, pelos longos anos que passou nesta Casa. Ele foi um homem
que lutou, que sempre teve aquelas convicções fortes, que sempre defendeu, na
sua trajetória, com as suas idéias, com aquela fibra que ele tinha, as
necessidades da nossa Porto Alegre, assim como o bairro Bom Fim - bairro em que
ele residiu ao longo de sua história -, o qual ele defendeu com tanta luta, com
tanta galhardia.
Portanto,
para encerrar meu caro Presidente: hoje, às 18 horas, haverá na Igreja Santa
Teresinha a Missa de Sétimo Dia em memória do nosso querido Ver. Isaac Ainhorn.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Ver. Ervino Besson.
O
Ver. Cassiá Carpes, atual Vereador e futuro Deputado, está com a palavra para
uma Comunicação de Líder.
O SR. CASSIÁ CARPES: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores aqui presentes, público que
nos assiste, na semana passada, nós, nesta Casa, debatemos muito a Saúde
Pública do Município, até com várias críticas, e temos acompanhado o raciocínio
de que a questão da Saúde é geral, de que o problema existe no País inteiro.
Hoje
está estampado nos jornais, a exemplo do jornal Correio do Povo (Lê.):
“Desmonte do Grupo Hospitalar Conceição”. O que dizem os seus funcionários?
(Lê.) “Pára-quedistas: contratação de funcionários (Petistas), nesta gestão,
com salários em torno de sete mil reais, sem Processo Seletivo Público.” Diz
mais ainda da Saúde: “Os trabalhadores da Saúde estão sem atendimento de
saúde”. E assim vai. Essa é a questão da Saúde no País, e nós esperamos que o
Governo que está aí, que vem dizendo que vai acabar com as filas... O INSS tem
filas, a Saúde está cada vez pior no País, nós estamos vendo aqui uma
instituição dessa natureza - o Grupo Hospitalar Conceição - numa situação
dessas, o Governo há muito tempo administra a saúde desse que é o maior
complexo da Saúde do nosso Estado.
Eu
vou mais adiante ainda. Por que os médicos residentes, esses jovens médicos
residentes, que acreditaram no PT, Ver. Ismael, não fizeram a greve antes da
eleição? Acreditaram no PT, acreditaram que as promessas seriam cumpridas pelo
Governo Federal.
Falou
aqui o Ver. Isaac... Ou melhor, o nosso saudoso Isaac, estamos lembrando que
hoje haverá, como disse o Ver. Besson, a Missa de Sétimo Dia, às 18h, isso é
muito importante.
O
Ver. Elói, falando aqui, referiu-se aos controladores de vôos. É o desmonte da
Infraero, tentando fazer sindicato, sindicalizar uma questão da Aeronáutica,
Ver. Haroldo, que estava muito bem controlada, mas aí, tentando passar para o
lado civil, fizeram uma confusão terrível. Ontem, numa matéria, o programa
Fantástico já estava adiantando que outros acidentes aéreos poderiam ter
acontecido devido a esse desmonte da Infraero, que hoje é a ANAC, dirigida pelo
ex-pedetista Milton Zuanazzi, que hoje está no PT.
Vamos
mais adiante ainda: o PT diz nos jornais de hoje que vai fazer oposição à Yeda.
Isso não é novidade, o PT faz oposição ao Estado - não ao Governo - há muito
tempo! E tem o MST como seu braço, um Movimento que, antes das eleições, também
não fez invasões, mas depois começou a fazer. Eu até estava ouvido um
comentário do Amir Domingues, da Rádio Guaíba, que expôs o que eu penso. Eles
fazem invasões, Ver. Vendruscolo, para poderem ter ônibus, ter alimentação, ter
toda a manutenção e voltarem, depois, a fazer outras invasões. Quer dizer, eles
vivem de invasão em invasão, e os Governos, principalmente o federal, deveria,
de vez, terminar com essa questão agrária, que se arrasta por vários anos. O PT
usa isso como moeda fortíssima de valor antes das eleições. O sucateamento do
Estado que o PT deixou já é uma coisa que demonstra que o PT é oposição no Estado.
O PT parece que não se deu conta, Ver. João Dib, que perdeu a eleição. Quem
olha nos jornais pensa que o PT ganhou a eleição, quem chega hoje ao Estado
acha que o PT ganhou aqui no Estado, porque eles não se deram conta de que
perderam e por que perderam as eleições! A questão mais difícil para o PT,
tomara que eles pensem assim, é que eles não sabem por que perderam, eles não
sabem por que perderam!
(Manifestação
anti-regimental da Verª Sofia Cavedon.)
O
SR. CASSIÁ CARPES: Mas
está aí claramente por que eles perdem: o Grupo Hospitalar Conceição num
desmonte, o MST já começou a invadir, os controladores de vôo não têm mais
estabilidade, os médicos residentes não confiam mais no PT e, antes das
eleições, confiavam. Quer dizer, o Estado não quer mais a volta desse
terrorismo por baixo que está acontecendo no nosso Estado, está aí a prova. Eu
gostaria que eles hoje viessem aqui e dissessem: “Olha, a Saúde está bem no
Conceição! A União administra com a maior qualidade!” Está desmontando. Eu
gostaria que seguissem nessa linha, falando sobre a Saúde Pública do Brasil.
Obrigado, Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Obrigado, Ver. Cassiá.
A
Bancada do PPS comunica ao Presidente, para que repasse ao Plenário, que, em
Congresso Extraordinário dos Partidos PPS, PHS e PMN, realizado no dia 19 de
novembro de 2006, em Brasília, foi aprovada a fusão das três legendas, formando
uma única, que passará a ser chamada de Mobilização Democrática, a MD, a qual,
nesta Casa Legislativa, manterá como Líder a Verª Clênia Maranhão e como
Vice-Líder o Ver. Professor Garcia. Esta Presidência já está estudando a lei,
para saber como se comportará, em termos administrativos, com a chegada do MD -
Mobilização Democrática.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB:
Presidente, aproveitando a oportunidade da comunicação que V. Exª faz à Casa,
lembro que seria importante que a Casa também providenciasse as alterações que
devem ser feitas em razão da cláusula de barreira, que não foi atingida
por uma série de Partidos. Dia 1º de janeiro vamos ter de enfrentar esse
problema.
A
SRA. MANUELA D'ÁVILA: Se
V. Exª me permite, Presidente, só para comunicar que, Ver. João Antonio Dib, a
própria Câmara dos Deputados vem debatendo a implementação e as alterações ou
não dos regimentos internos das Casas Legislativas em decorrência da cláusula
de barreira, uma vez que não existe obrigatoriedade de as resoluções serem
implementadas, porque o regimento é, como diz o próprio nome, o que rege as
Casas. E, pelas informações que tenho, a própria Assembléia Legislativa decidiu
manter o seu Regimento como o atual e não implementar quaisquer alterações. É
só como sugestão, não sei se estarei aqui quando do debate das alterações
regimentais.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Está
bem. A Vereadora informa que não sabe se estará aqui, porque vai assumir como
Deputada Federal em Brasília a partir do ano que vem.
Passamos
às
O
Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo do Ver. Ibsen Pinheiro.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores e
público que nos assiste, decorridos praticamente onze meses do Projeto que
permite o parcelamento do ITBI, nós comprovamos que não houve uma queda na
receita do ITBI, e sim um acréscimo. Já vínhamos pleiteando ao Executivo que
fizesse a prorrogação desse prazo, tendo em vista que não houve a divulgação
merecida, nem tampouco aquela que esperávamos que fosse feita. Só este Vereador
tem procurado divulgar. Infelizmente é um Projeto altamente social, o que se
provou com o tempo: trouxe receita ao Município e atendeu a uma infinidade de
pessoas, poderia ter atendido muito mais, o que não ocorreu, infelizmente, pela
falta de divulgação, de publicidade.
Então
gostaria de informar que, nos primeiros nove meses de arrecadação, houve um
acréscimo na receita do ITBI de mais de 6,5 milhões de reais, se compararmos o
mesmo período do ano de 2005: de janeiro a setembro de 2005 e de janeiro a
setembro de 2006.
Aguardamos
até hoje, porque entendíamos que essa iniciativa deveria partir do Executivo.
Tivemos várias reuniões com o Secretário da Fazenda e outros técnicos,
mostrando a necessidade, inclusive, de divulgar essa possibilidade de parcelar
o ITBI em até doze vezes. Nós não fomos atendidos e temos sido defensores da
regularização dos contratos particulares, conhecidos como contratos-de-gaveta
em Porto Alegre - nem todas as pessoas têm condições de pagar à vista -, e a
divulgação dessa prática e desse sistema de parcelamento de ITBI é necessária.
O Município não perderá nada com isso; pelo contrário, ganha como já ganhou.
Sabíamos que seria da nossa competência, mas esperávamos que partisse do
Executivo, mas, como até então não aconteceu, acabamos de protocolar a prorrogação
desse parcelamento por mais doze meses.
Àquelas
pessoas que quiserem informações de como devem fazer para parcelar o ITBI, nós
temos uma cartilha (Mostra a cartilha.), fornecida gratuitamente. Àquelas
pessoas que tiverem interesse, o nosso Gabinete também está à disposição; podem
fazer contato pessoalmente, por telefone, ou pela internet, que nós vamos
fornecer a cartilha, na qual consta a relação dos endereços de todos os
tabelionatos, de todos os registros imobiliários de Porto Alegre; contém, também,
todas as dicas para o parcelamento do ITBI, como quem paga 3%, 0,5% e quem está
isento do ITBI. É uma cartilha modesta, mas nós procuramos construí-la
juntamente com os técnicos do Executivo, ela tem sido útil àquelas pessoas que
precisam de informações.
Mas queremos reforçar: se
nos primeiros nove meses tivemos um acréscimo de mais de 6,5 milhões, porque
não seguirmos com esse parcelamento, dando-lhe um pouquinho mais de
publicidade? Há muita gente, muita gente mesmo, que não tem conhecimento da
possibilidade de parcelamento, e nós precisamos fazer um apelo aos técnicos e
também aos oficiais dos registros imobiliários para que tenham boa vontade com
essas pessoas que não têm condições de pagar à vista o ITBI. Eu não estou aqui
dizendo que não há boa vontade, mas há informações de que em alguns lugares
essa informação não é fornecida às pessoas, por isso nos colocamos à disposição
de todos esses compradores de imóveis que precisam regularizar o seu
patrimônio, para até, se for preciso, acompanhá-los ao Executivo ou aos
tabelionatos para fiscalizar a aplicação dessa lei. Ninguém está fazendo um
favor, a lei deve ser cumprida. Obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em Comunicações.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo
Sr. Presidente desta Casa, nobre Ver. Dr. Goulart; nobres colegas Vereadoras,
Vereadores, público que nos assiste, imprensa, Canal 16, hoje nós fomos
testemunhas de uma Sessão Solene, uma Sessão diferente: uma formatura militar
em frente ao panteão da FEB - Força Expedicionária Brasileira -, em que
o Comando Militar do Sul e Porto Alegre se despediu de 150 soldados
brasileiros, que receberam o adeus, um até breve, porque estarão em uma missão
de paz no Haiti, defendendo a paz, a democracia.
Eu acho muito importante que esses companheiros de
armas, esses irmãos de caserna recebam essa homenagem. Muito me emocionei no
momento em que foi dada, pelo General Enzo, Comandante Supremo do DEC -
Departamento de Engenharia e Combate -, a bandeira brasileira a esse
contingente. Teve muito a ver também com o dia de ontem, Dia da Bandeira
Nacional, essa solenidade magnífica, maravilhosa, emocionante. Essa será a
bandeira única dessa Força, e eles terão de a trazer de volta, tal qual foi
apresentada a eles.
Esses pelotões de soldados, cabos, sargentos,
oficiais, que serão comandados pelo tenente-coronel Paulo Roberto Viana Rabelo,
embarcarão dia 9 aqui em Canoas para a missão de manutenção da paz e da
edificação do Haiti. É uma tropa preparada com afinco, com voluntariado. Por
seis meses, tiveram intensivos treinamentos para saber usar o armamento moderno
da ONU; tiveram aulas de inglês, de francês; tiveram de se adaptar a essa nova
missão, logicamente com grandes riscos, como a do Timor Leste, onde um
brasileiro ontem perdeu a vida. Estão sujeitos a tudo isso, mas esses soldados
brasileiros estão indo em defesa da democracia, da paz do mundo.
Aqui ficam seus familiares e ficamos nós, com
certeza torcendo para que eles se desincumbam da sua missão à altura com que o
Exército Brasileiro sempre atuou quando chamado a intervir pelo bem da
humanidade, pelo bem da Pátria, pelo bem da democracia. Ficam aqui os seus
familiares, que também fazem parte dessa força de paz, porque pedaços do
coração de suas esposas, de suas mães, de seus filhos, com certeza, vão viajar
junto com eles, pessoas que ficarão aqui torcendo para que eles retornem
intactos, com a missão cumprida, com saúde; é o que nós também desejamos. Aqui
fica formado um grupo de apoio aos familiares, tanto em Porto Alegre, em Lages,
como em Pindamonhangaba. Aqueles que quiserem entrar em contato com familiares
desses soldados, eu tenho o site, que está à disposição de todos.
Sr. Presidente, em meu nome, em nome do Partido da
Frente Liberal, quero desejar a esse contingente de valorosos soldados,
ousados, corajosos... São voluntários que vão nessa missão de paz, vão prontos
e, se preciso for, sacrificando a própria vida, para que aquele país irmão
possa encontrar o seu destino democrático, a sua construção como nação,
podendo, talvez, num futuro próximo, se ombrear aos demais países, e que não
seja o último colocado no PIB internacional. Que eles acolham os nossos irmãos,
os nossos soldados, para juntos, povo haitiano e soldado brasileiro,
construírem a paz e a democracia naquele continente. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Temos hoje a Visita Orientada. Essa atividade faz parte do
Projeto de Educação Política que o Memorial desenvolve com escolas e entidades
de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Aqui está presente - e muito me
emociona, porque é o colégio do meu filhinho Vinícius - a Escola Província de
São Pedro. Está presente a 2ª série, com 21 alunos, trazidos pelas Professoras
Alessandra Azevedo e Vanessa Hickmamn Brandalise, para quem peço a nossa
saudação. (Palmas.)
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra em Comunicações, por
cedência de tempo da Verª Maria Celeste.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; prezados
colegas Vereadores e Vereadoras, público que nos assiste, especialmente a
criançada, a meninada que vem visitar esta Casa, recebam todo o nosso carinho e
o nosso apreço.
Hoje quero falar de um tema que é muito importante,
cujas discussões são permanentes aqui, é a respeito da Saúde. A minha fala,
Verª Neuza Canabarro, é dirigida ao Líder do PTB, que veio a esta tribuna, o
Ver. Cássia, fazer um conjunto de críticas ao ar e se retirou do plenário para
poder estar presente no debate. Acho lamentável quando um colega vem à tribuna
criticar um outro Partido e depois se retira para não ouvir as contraposições.
Diante disso, quero primeiro dizer que ele baseou a sua crítica numa nota a
pedido, em circulação hoje, que fala do desmonte do Grupo Hospitalar Conceição,
assinada pela Direção da Associação do Grupo Hospitalar Conceição, um Grupo que
está hegemonizado politicamente pelo P-SOL e o PSTU, e lá no Grupo Hospitalar
Conceição vai haver eleições para a Associação.
Então, o primeiro registro que eu quero deixar claro
aqui é que, de tudo isso, 50% são disputa política sob o ponto de vista da nova
Direção, e 50% são disputa política com o Governo Federal, em cima do projeto
que temos para Saúde Pública, no caso do Grupo Hospitalar Conceição, gerenciado
por uma equipe com vários companheiros, sim, dirigentes do Partido dos
Trabalhadores e coordenado pelo nosso ex-Presidente desta Casa, o então
Vereador João Constantino Pavani Motta.
O Sr. Dr. Goulart faz parte da equipe de
profissionais daquela casa, o Grupo Hospitalar Conceição, onde estivemos eu, V.
Exª e o Ver. Raul Carrion, junto com o Presidente Luiz Inácio Lula da Silva,
fazendo a inauguração da Emergência mais moderna do serviço público da Saúde no
Estado do Rio Grande do Sul, que tem o objetivo de alcançar a qualidade na
Saúde não só no Grupo Hospitalar Conceição, mas em todas as estruturas hospitalares que dirigimos no
Rio Grande do Sul, não só no Rio Grande do Sul como no Brasil.
Aí,
Sr. Presidente, quero dizer que aqui no Rio Grande do Sul quem venceu as
eleições não foi o Partido dos Trabalhadores, e eu não vi a base que apoiou a
candidata Yeda - entre elas o Ver. Cassiá - vir a esta tribuna dizer o que a
futura Governadora do Rio Grande do Sul vai fazer para qualificar a Saúde do
Rio Grande do Sul, começando pela correção do repasse dos recursos públicos da
Saúde para Porto Alegre, porque em 2005 e 2006 o atual Governador Germano
Rigotto passou zero para a Saúde de Porto Alegre! E quem diz isso não sou eu, é
o Secretário Municipal da Saúde, Pedro Gus. Portanto, não cumpriu os seus
compromissos constitucionais.
Eu
gostaria que o Ver. Cassiá viesse aqui dizer - o seu Governo apoiou a eleição e
está no atual Governo - como vai fazer para resolver esse problema. Porque nós,
Sr. Presidente, Governo Federal, estamos no espelho diário desta Casa com
repasses do Governo Federal para a Saúde de Porto Alegre. Hoje, por exemplo,
está colocado aqui 1 milhão e 785 mil reais, mais 135 mil reais, mais um
conjunto de recursos. E nós estamos pedindo, incansavelmente, que sejam
apresentados neste espelho também os repasses do Governo do Estado para a Saúde
de Porto Alegre, mas até o momento não recebemos. Eu faço aqui, sim, uma
cobrança ao Sr. Presidente porque queremos... Já fizemos esse Requerimento na
presidência do ano passado; o Ver. Elói Guimarães, que é do PTB, era Presidente
desta Casa, e não foram repassadas essas informações até o momento.
Portanto,
Ver. Cassiá, fazer discurso fácil, querendo acusar uma política coerente e
correta é fácil, quero ver qual é o seu programa, porque V. Exª está no Governo
do Estado, V. Exª está na Prefeitura de Porto Alegre. Fecharam lá o Posto de
Saúde da Restinga, da Vila Castelo, e até o momento não foi reaberto, e as
filas têm aumentado. Por que V. Exª não vem trazer a solução aqui nesta
tribuna?
E
digo mais, Sr. Presidente: no Grupo Hospitalar Conceição, de 2003 até o
momento, a Diretoria congelou todos os salários da Direção...
(Aparte
anti-regimental do Ver. Cassiá Carpes.)
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Gostaria que o Ver. Cassiá respeitasse o meu tempo, assim como eu respeitei o
dele.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Está
assegurada a palavra, mais um minuto para encerrar.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Muito
obrigado.
Estão
congelados todos os salários da Direção desde 2003, desde que assumiu aquela
presidência, não houve nenhum aumento. Digo mais: o que foi feito? Com os
cortes estruturais, foram contratados novecentos novos funcionários públicos
com concurso. Aumentou-se o efetivo daquela casa, e trago o debate aqui para discutir
na tribuna com muita tranqüilidade. E isso resultou, Sr. Presidente, em quê?
Resultou, sim, na terceirização da lavanderia, para reestruturá-la.
Todos
os hospitais de Porto Alegre têm hoje um compromisso com o tratamento das águas
dos hospitais. O Governo Fogaça, Governo que é apoiado pela base do Governo,
inclusive do PTB, assumiu um compromisso na semana passada com o Sindihospa, e
o Hospital Conceição está sendo o primeiro a tratar as águas através desse novo
contrato. E os 150 funcionários da lavanderia estão sendo reaproveitados, onde?
Na fiscalização do trabalho, na montagem da roupagem, na fiscalização da
roupagem, em um trabalho nobre que ajuda a qualificar toda a estrutura. Vossa
Excelência conhece bem. Inclusive, aquela que mais precisa de reestruturação no
Grupo Hospitalar é justamente a lavanderia. E o Hospital Mãe de Deus, que é um
hospital privado, também está assumindo esse compromisso na Cidade. Nós
gostaríamos de saber qual é a política do Município para resolver todas essas
questões.
Para
encerrar a minha fala, para não haver dúvida, nós temos no nosso Regimento
Interno um instrumento que se chama comparecimento, para as autoridades
federais, estaduais e municipais. Eu faço um Requerimento a V. Exª: que convide
o
Diretor-Presidente do Grupo Hospitalar Conceição a comparecer nesta Casa e
fazer a prestação de contas da política eficaz do Governo Federal na Saúde
Pública do Rio Grande do Sul. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
Ver.
Comassetto, o Presidente informa que, na época em que V. Exª aqui solicitou,
fizemos um Requerimento ao Governo do Estado para que ele nos informasse sobre
as verbas repassadas. Lá se passa quase um mês, e não nos chegou, até agora, a
informação do Governo Estadual.
O
Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em Comunicações.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Goulart; na pessoa de V. Exª, quero cumprimentar os demais
Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste, senhoras e
senhores. Venho a esta tribuna, em Comunicações, fazer algumas considerações a
respeito de algumas condutas que vêm sendo tomadas pelo Governo José Fogaça,
condutas que entendo relevantes e importantes e que têm contribuído com
benfeitorias concretas para a nossa Cidade.
Gostaria,
Sr. Presidente, de fazer menção ao anúncio do Jornal do Comércio de 15 de
novembro - portanto da semana passada -, que fala a respeito de preservar
conquistas e construir mudanças. Gostaria de fazer referência a essa política,
a esse norte, a essa bússola que norteia o Governo Fogaça e que traz, na
Passagem de Nível Celso Furtado, a realização e a conclusão de uma obra que
havia sido iniciada num outro Governo: a política deste Governo foi a de dar
segmento a essa iniciativa e concluí-la. Por algumas vezes, nós percebemos que
Governos assumem e “colocam uma pá de cal” em cima de antigos projetos, ou
viram a página daqueles projetos e não fazem com que eles avancem. Por exemplo,
o nosso Governo, Verª Neuza Canabarro, instituiu na época do Prefeito Collares
as escolas de turno integral, e o Governo que o sucedeu não deu a continuidade
que nós entendíamos oportuna.
Então
eu quero dizer que o Governo, quando assume o compromisso de preservar as
conquistas, está tomando uma decisão acertada, esse é o nosso entendimento.
Como não poderia deixar de ser, a segunda frase que complementa esse chavão da
Prefeitura é justamente “construir mudanças”. Em relação à construção de
mudanças, veremos a instalação de uma nova linha de ônibus, que é o T11, que
vai ligar a Zona Sul ao Aeroporto e que faz da 3ª Perimetral uma via expressa,
ligando o Aeroporto à Zona Sul de uma forma rápida, o que foi na realidade uma
conquista da Cidade. Então, queremos aqui cumprimentar o Governo por essa
conquista, por essa mudança implementada, um Governo que tem como norte a
instalação de políticas públicas com o objetivo de preservar conquistas e
construir mudanças.
E
não é só nessa área em específico, esse exemplo pontual da Passagem de Nível
Celso Furtado na 3ª Perimetral e a implementação de uma nova linha de ônibus
que ligará a Zona Sul ao Aeroporto, há outras ações também deste Governo, nós
podemos perceber que essa idéia realmente tem virado prática. Posso assegurar,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores e público que nos assiste, que essa noção de
política pública está sendo realmente aplicada. Digo isso porque, quando estive
frente à Secretaria Municipal de Desportos Recreação e Lazer, muito
enfaticamente o Prefeito trouxe à responsabilidade dos Secretários, pedindo
pontualmente que os Secretários enfrentassem e tentassem solucionar as questões
oriundas do Orçamento Participativo, porque entende o Prefeito e entende este
Governo que o Orçamento Participativo é uma ferramenta e uma conquista da Cidade;
é uma conquista dos cidadãos porto-alegrenses e que, portanto, deve permanecer.
E foi então que nós colocamos foco nesse sentido e procuramos solucionar oito
das dez demandas que envolviam o esporte, a recreação e o lazer, oriundas do
Orçamento Participativo, para que se pudesse dar retorno à sociedade, que
demandou aquelas ações, e elas fossem concretizadas.
Então,
eu quero dizer que, realmente, neste Governo, a idéia de se preservarem as
conquistas e de se construírem as mudanças funciona, está comprovada. E fica
hoje, através deste período de Comunicações, registrado o nosso reconhecimento
por esse avanço pontual e também por esse norte que vem circundando, que vem
orientando a ação dos Secretários e do Governo no sentido de preservar
conquistas e construir mudanças para Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. Professor Garcia está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
da Verª Maristela Meneghetti.
Caríssimos
Vereadores e Vereadoras e aqueles que nos assistem, está lançado esse novo
desafio que a Mobilização Democrática está propondo para o Brasil. Foi feita de
maneira solidária, sem a imposição do PPS em relação aos demais, em relação ao
seu tamanho, e os cargos todos foram divididos de maneira fraternal, ou seja,
um terço para o antigo PMN, um terço para o antigo PPS e um terço para o antigo
PHS. E assim serão as suas executivas, os seus diretórios, tanto em nível
nacional, como em nível estadual e municipal. O que se busca, isso sim, é a
preocupação ideológica, a confiança entre os seus membros, o respeito mútuo,
garantindo a diversidade, a pluralidade de idéias. Queremos que a Fundação, que
vai continuar com o mesmo nome, Astrogildo Pereira, busque o curso, a
capacitação e a formação.
Portanto,
senhoras e senhores, venho de público, trazer essa informação, e a Verª Clênia
já entrou, inclusive, com Requerimento, para dizer que temos um novo Partido no
nosso País, que é a Mobilização Democrática. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
A
Verª Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
do Ver. Raul Carrion.
A
SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores,
quero agradecer ao Ver. Raul Carrion o espaço. Trago aqui um tema que hoje está
estampado em todos os nossos jornais, com certeza não apenas de Porto Alegre,
Verª Maria Celeste, provavelmente de todo o País. Aliás, se nós formos observar
a falta de algumas manifestações, poderemos avaliar o momento em que vivemos, o
da banalização da violência. A violência passa a ser comum, e nós lemos hoje
nas páginas dos jornais o assassinato dessa adolescente de 13 anos por um
adulto de 31 anos, professor, que exercia o seu poder pela sedução que o cargo
lhe impunha, pela sua autoridade, e eu quero dizer que, do meu ponto de vista,
essa menina foi assassinada.
E
me baseio muito, Ver. Nedel, na conceituação e na questão da categorização da
violência sexual contra criança e adolescente a partir de uma pesquisa feita
pela pesquisadora do CONCRIA, Dra. Eva Silveira Faleiros. O trabalho, que foi
organizado em nível federal, nos traz subsídios e aprofundamento sobre esse
tema, Verª Mônica Leal; traz a discussão das imprecisões conceituais que vêm
dificultando, na verdade, a articulação e a integração dos serviços e programas
de prevenção, em especial a questão da erotização, que será tema, sim, no dia
27 de novembro, a partir das 9h, aqui na Câmara Municipal, no Plenário Ana
Terra, em que o palestrante será o Dr. Leoberto Brancher, que é Juiz da
Infância e da Juventude de Porto Alegre.
Uma
questão importante da pesquisa, sobre os referenciais teóricos que foram
apresentados... Entende-se por conceitos idéias gerais abstratas, desveladas,
mas também se diz que são elementos constitutivos, explicativos e conceituais
da violência sexual contra criança e adolescente, que é uma violação dos
direitos humanos universais e dos direitos peculiares de pessoas em
desenvolvimento; é transgressão, é crime, é relação de poder do explorador perverso,
é desestruturante.
(Lê.)
”Abuso sexual é o contato ou interação entre uma criança ou um adolescente e um
adulto, quando a criança ou adolescente está sendo usado para estimulação
sexual do executor ou de outra pessoa. O abuso sexual pode ser cometido por uma
pessoa de menos de 18 anos, quando o executor está numa posição de poder ou
controle sobre a vítima.” Isso é o que nós assistimos nesse crime bárbaro, que
foi acometido contra essa menina. E é uma menina de classe média alta, que
tinha acesso a determinado grau de informação. Na grande maioria, Ver. Nedel,
essas meninas, na verdade, são filhas de pessoas de pouco poder aquisitivo que,
muitas vezes, não têm força para buscar socorro em seus desesperos.
Nesse
caso específico, vamos ter que tratar o assunto, porque esse doente, esse
perverso doente assassinou e depois teve a covardia de se matar, então não
vamos poder tratar com esse indivíduo. Só que é um tema que fica, porque não é
apenas a questão da causa do que nós estamos lidando, é aquilo que nós deixamos
de enfrentar, que é a questão da erotização, por exemplo. Os pais - e aqui não
vai um valor moralista, religioso, mas a queima de etapa sexual que os nossos
filhos têm sofrido - acham normal os filhos assistirem às novelas, quando não
às 20h, às 14h, no “Vale a Pena Ver de Novo”, nós sabemos que as nossas “babás
eletrônicas” estão à disposição em qualquer barraco de qualquer canto deste
País. Nós vemos o grupo musical RDB, no qual jovens que se passam por
adolescentes - meninas de 25 anos, 30 anos, integrantes do grupo - levam
crianças de cinco anos a gritarem histericamente num show: “Beije! Beije!
Beije!”, com beijos de adultos, protagonizados com os pais junto com seus
filhos. Há, sim, uma banalização!
E
assim nós temos visto brinquedos, temos visto tudo que queima etapas na vida de
nossos filhos, e achamos normal, ou achamos careta ou “quadrado” o que estou
dizendo aqui. Não é apenas da minha filha de 10 anos que eu estou falando, eu
estou falando dos nossos filhos. Nesse sentido, nós temos que discutir isso com
maior profundidade. Nós estamos trazendo várias escolas no dia 27, porque não
basta falarmos entre nós, interlocutores, formadores de opinião, para ver quem
fala melhor ou quem faz a melhor tese. Nós queremos discutir junto com os adolescentes,
para podermos trocar idéias, para, a partir daí, eles também serem formadores
de opinião. Senão, eles serão apenas produtos do consumo, falo também das
gravidezes, que estão estampadas na nossa cara, são os filhos de adolescentes -
meninas e meninos que estão enfrentando essa situação. A classe média alta
talvez resolva nos braços das avós ou com aborto, mas o Estado paga muito caro
por isso, e essas pessoas deixam de produzir intelectualmente, deixam de ter
uma vida melhor e não conseguem se constituir integralmente.
Sr.
Presidente, eu abusei um pouco do tempo, mas quero dizer que eu não concordo com o que está
estampado, de que foi um pacto de amor. Foi um pacto com o demônio! Demônios
como esse rapaz, que levou ao assassinato dessa menina, e também há a
cumplicidade de toda uma sociedade que não discute e não enfrenta os temas com
o vigor e a brevidade necessários para essa discussão.
Quero repetir o convite para o debate que teremos
nesta Casa, no dia 27, às 9 horas, no Plenário Ana Terra, com o Dr. Leoberto
Brancher, cujo tema será “Erotização: Influências e Conseqüências”. Muito
obrigada.
(Revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Lindo final,
Excelência.
Passamos à
PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª
SESSÃO
PROC. N. 4653/06 – PROJETO DE LEI DO
LEGISLATIVO N. 201/06, de autoria do Ver. Ibsen Pinheiro, que dispõe sobre
a comercialização, o armazenamento, o transporte e a obrigatoriedade de
rotulagem nas embalagens de produtos químicos de limpeza no Município de Porto
Alegre. Com Substitutivo nº 01.
PROC.
N. 4412/06 - SUBSTITUTIVO N. 01, de
autoria do Ver. João Carlos Nedel, que altera a redação dos §§ 1º e 2º do art.
1º e o art. 3º da Lei Complementar nº 555, de 13 de julho de 2006, que proíbe,
no Município de Porto Alegre, o uso de produtos fumígenos em recintos coletivos
e em recintos de trabalho coletivo, exceto para as áreas destinadas
exclusivamente a esse fim, desde que devidamente isoladas e com arejamento
conveniente, determinando a afixação, nos recintos, de cartazes informando a
proibição estabelecida na referida Lei, e estabelecendo sanções a serem
aplicadas a seus infratores, ao PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO
N. 023/06, de autoria do Ver Alceu Brasinha.
PROC. N. 5134/06 – PROJETO DE RESOLUÇÃO
N. 091/06, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que institui o Prêmio Santos-Dumont,
a ser concedido, anualmente, a integrantes ou ex-integrantes da Aviação Civil
ou Militar, e a pessoas vinculadas diretamente à atividade aeronáutica.
2ª SESSÃO
PROC.
N. 4931/06 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 212/06, de autoria da
Ver.ª Clênia Maranhão, que institui o Dia de Conscientização do Estresse, a ser
comemorado, anualmente, no terceiro domingo de novembro, passando a integrar o
Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.
3ª SESSÃO
PROC.
N. 5024/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 214/06, de autoria do Ver. Mario Fraga, que institui a Semana de
Belém Novo, que se realizará, anualmente, no período que antecede o segundo
domingo de setembro, passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre. Com Emenda nº 01.
PROC.
N. 5059/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 217/06, de autoria do
Ver. Cassiá Carpes, que denomina Rua Paulo Mendes da Costa o logradouro público
não-cadastrado, conhecido como Rua 2035, localizado no Bairro Mário Quintana. (Este
projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar
será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre
Presidente Dr. Goulart, Vereadores e Vereadoras, encontra-se em Pauta o
Substitutivo nº 01 ao Projeto que proíbe o uso de produtos fumígenos em recintos
coletivos fechados, em recintos de trabalho coletivo. Tive que fazer esse
Substitutivo, porque o Ver. Brasinha entrou com um Projeto alterando a Lei
Complementar nº 555, de 13 de julho deste ano, aprovada por esta Casa, mas que
não teve aprovado aquilo que foi discutido com a sociedade. Nós entendemos que,
de qualquer forma, não vamos chegar a uma unanimidade sobre esse Projeto,
porque muitos interesses estão em jogo, mas estamos qualificando-o.
Estamos, por exemplo, permitindo a existência de
áreas para fumantes e não-fumantes, desde que a área para fumantes seja
separada fisicamente e com arejamento conveniente. Então tem que ter parede, o
que realmente não permite a passagem da fumaça de um ambiente para outro,
deixando claro que é atendimento a fumantes, ou seja, permite que tenha serviço
desde que, naturalmente, o ambiente seja devidamente arejado. Outro aspecto que
fica claro é a obrigatoriedade de o estabelecimento afixar, em local visível,
um cartaz com as dimensões mínimas de 21cm por 30cm, dizendo que naquele local
é proibido o uso de cigarros e de outros produtos fumígenos.
A
Lei Federal nº 9.294/96 está festejando dez anos. Essa lei proíbe o fumo e não
define sanção, mas pede que a legislação local coloque as sanções sobre o uso
dos produtos fumígenos em lugares fechados. E é o que nós estamos fazendo,
colocando as sanções. Por quê? Porque nós não podemos alterar a Lei Federal.
Quem pode alterar a Lei Federal é somente um Deputado Federal. E que sanções
estamos colocando? Sanções para o fumante: ao usuário de produtos fumígenos,
advertência verbal e convite para que cesse o ato infracional e, em caso de
continuidade do ato, sua retirada do local pelo responsável pelo recinto. Então
o responsável pelo estabelecimento comercial ou público deverá solicitar àquela
pessoa que estiver fumando em local fechado, em última análise, que se retire
do local. Há sanções para os estabelecimentos que não colocarem o cartaz,
primeiramente serão advertidos: “Olha, o senhor tem que colocar o cartaz,
porque a Lei Municipal assim exige”. Aquele que se recusar a colocar o cartaz,
aí, numa segunda instância, será multado em 50 Unidades Financeiras
Municipais, por volta, Ver. Oliboni, de 100 reais. O usuário não será multado.
Se a fiscalização apanhar um usuário fumando e insistindo com aquele ato, quem
será multado será o responsável pelo estabelecimento, o proprietário, e a multa
será também de 50 Unidades Financeiras Municipais, ou seja, aproximadamente 100
reais.
Eu apelo aos Srs. Vereadores e às Sras
Vereadoras no sentido de que estudem esse Projeto, e, se tiverem alguma dúvida,
que a gente possa dialogar. Eu estou aberto ao diálogo com todos os
Legisladores desta Casa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): O Ver. Carlos
Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.
(O Ver. João Carlos Nedel assume a presidência dos
trabalhos.)
O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr.
Presidente dos trabalhos, Ver. João Carlos Nedel, colegas Vereadores,
Vereadoras, prezados visitantes, faço um cumprimento especial ao Cuca Pereira,
que trabalha com o tema tradicionalista, e ao Ricardo, que trabalha com o tema
cultural do samba. Eles estão aqui justamente, Sr. Presidente, (Dirige o olhar
para as galerias.) acompanhando os nossos Projetos, porque contribuem na
discussão em relação ao Plano Diretor no que diz respeito ao bairro Glória. É
um dos representantes da sociedade que não pode regularizar o seu
estabelecimento, que está desencontrado com o Plano Diretor. Nós estamos,
inclusive, aguardando que o Executivo Municipal envie para a pauta desta Casa a
reavaliação do Plano Diretor para que possamos corrigir todos esses Projetos,
inclusive o do Ver. Dr. Goulart, Projeto que está tramitando e que já passou
pela nossa Comissão, recebendo Parecer favorável.
Dito isso, quero aqui continuar a discussão do
Substitutivo do Ver. João Carlos Nedel a respeito do tema dos produtos
fumígenos em recintos fechados. Fizemos uma grande discussão já nesta Casa, e
quero recalibrar aqui o discurso que fiz no momento em que
discutíamos o Projeto. Eu votei favorável ao Projeto do Ver. João Carlos Nedel
naquele momento, mesmo com um conjunto de situações que foram levantadas,
porque aposto na cultura ambiental. E, apostando na cultura ambiental, creio
que, com relação a essa discussão, no meio urbano, a respeito do fumo, do
cigarro, do tabaco, do seu consumo, nós temos de verificar a outra ponta, que é
a da produção do fumo, e o que gera isso não só na economia como na questão
ambiental, social e cultural. O tabaco é uma cultura originária da América, é
uma cultura já desenvolvida pelos nossos antepassados americanos, os donos
desta terra, os indígenas. Porém o mundo ocidental transformou a cultura do
tabaco numa cultura totalmente consumista, alterando, inclusive, o sentido
original da sua utilização medicinal e em ritos culturais e festivos.
Hoje a cultura do fumo é produzida pelo
pequeno produtor. Aqui no Rio Grande do Sul - se nós observarmos a região de
Santa Cruz, Espumoso, Vale do Taquari e Vale do Jacuí, indo até a região de
Santa Maria, Candelária, Faxinal do Soturno - veremos regiões que produzem fumo
em grande quantidade. E um dos grandes problemas está na produção de fumo,
porque ele é uma das culturas que mais leva carga de agrotóxicos. Eu, como
engenheiro agrônomo, quero dizer que são utilizados produtos químicos já no
preparo do solo. Depois, são utilizados desfoliantes, acaricidas para matar
ácaros, nematicidas para matar nematóides, inseticidas para matar insetos,
herbicidas para matar as plantas, produtos hormonais, que são desfoliantes,
para caírem folhas, e tudo isso gera um coquetel nessa planta, porque todos
esses produtos são fisiológicos, eles entram na seiva e, depois, são consumidos
e queimados! Até hoje não houve nenhuma indústria de fumo que identificasse
qual é o coquetel resultante, no momento da queima, desses produtos químicos,
que são fisiológicos e que fazem com que os seus resíduos fiquem armazenados
nas folhas.
Portanto,
Ver. João Carlos Nedel, nós precisamos, na política do Rio Grande do Sul,
encontrar uma solução para os milhares de pequenos agricultores que precisam
fazer a transição da cultura do fumo para outras culturas de subsistência, de
alimentos, ou para a pequena e média agricultura. Esse debate não trata apenas
do consumo do fumo, mas também da política que o Rio Grande do Sul terá que
oferecer para haver essa transição na produção feita por aqueles que hoje vivem
e dependem da cultura do tabaco. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Excelência.
Hoje
é um dia muito importante.
Primeiramente,
eu peço ao nosso Vereador Guarda-Livros que faça uma saudação aos
Contabilistas.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente, eu somente queria saudar
os Técnicos em Contabilidade, pois hoje é o dia dedicado a essa profissão.
Quero saudá-los pelos grandes serviços que prestam à nossa sociedade. Parabéns,
Técnicos em Contabilidade.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado, Ver. João Carlos Nedel.
Também
quero lembrar que hoje é um dia importante: lembramos a morte, séculos atrás,
do líder da resistência dos escravos, Zumbi dos Palmares.
Quero
lembrar também aos Vereadores que, hoje à noite, teremos uma Sessão Solene em
homenagem a essa data, em homenagem à negritude e à consciência negra.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente, nobres
Pares, ao começar a discussão da Pauta, eu quero, em nome do Partido da Frente
Liberal, saudar a presença de um companheiro do nosso Partido, Frederico
Barbosa, que já foi um grande integrante desta Casa. Em nome do Partido da
Frente Liberal, receba os nossos cumprimentos.
Nós
temos, em Pauta, poucos Projetos para serem analisados, mas o que trata sobre o
fumo - uma polêmica que existe há bastante tempo - merece as nossas
considerações. E aqui fala um ex-fumante inveterado, que, graças ao bom Deus,
vai fazer três aniversários já que não fuma mais. Mas não é por isso que eu vou
ser contra ou a favor ao analisar um Projeto que tem que ter a isenção devida
de todos nós. É notório que o fumo faz mal, o fumo traz prejuízo à nossa Nação,
traz custos elevadíssimos à nossa Saúde, à nossa Saúde Pública também, mas nós
temos que ver até onde podemos ir. Não podemos tirar o direito de liberdade
neste País, que é livre - vou lutar para que ele sempre o seja -, não podemos
fazer com os brasileiros se sintam tolhidos até nessa ação autocriminosa de ser
fumante, mas hoje os que os rodeiam não devem sofrer desse mal. Eu acho que
está correto fazermos com que, em recintos públicos, em recintos de trabalho,
seja colocada a proibição, desde que seja dado também o direito àquele que quer
se autodestruir de se ausentar, dentro de uma regulamentação, por 10 ou 15
minutos, para ir a um local apropriado alimentar o seu vício.
O
Ver. Nedel, neste Substitutivo, coloca no parágrafo 3º do art. 3º que o
empresário, o dono do restaurante, o dono da casa seja o responsável e arque
com as conseqüências se o seu freguês, o usuário da sua casa, não cumprir com a
determinação dada. Eu acho que cabe ao empresário avisar o seu freguês de que
ele não pode fumar naquele local, devido a uma lei. Agora, se esse indivíduo,
usando das suas atribuições, das suas faculdades individuais, não cumprir a
determinação, o empresário é que vai ser multado por esse ato do usuário, do
freguês? Nós temos que ter em mente que quem sustenta o nosso País são os
empresários, são os empreendedores, homens de boa vontade que enfrentam esse
monte de leis que nós temos, leis restritivas. Milhões de leis e normas foram
criadas depois de 1988, e ele ter de arcar com mais esse ônus, que não é um
ônus dele, é um ônus policialesco, é o ônus do cidadão que transgride, não é
dele... Ele tem o dever, sim, de colocar o cartaz com a proibição, de pedir a
esse cidadão que não fume, mas ele ser responsável por isso eu acho que não,
nobre Vereador.
Temos
aqui um Projeto que eu acho simples, mas importante, é do Ver. Mario Fraga. Ele
institui, no bairro Belém Novo, a sua semana. Eu acho que todos os bairros de
Porto Alegre - deveria haver uma lei geral - tinham que ter a sua semana em
destaque, porque isso faz com que os bairros se unam em torno dos seus
problemas, em torno das suas necessidades.
Eu
tenho certeza de que verei, ainda estarei vivo para ver, o nosso Orçamento Participativo,
que é uma idéia maravilhosa, cujo nome é monumental, ser transformado num
planejamento participativo, com cada bairro elegendo as suas necessidades em
ordem crescente ou decrescente, e isso ser colocado para estudo e análise na
Câmara de Vereadores, e, aí sim, o Poder Executivo fazer com que essas obras
saiam. Essa é a verdadeira participação que terá que ser feita através de
eleições, e eu acho que a semana dos nossos bairros é produtiva. O bairro Belém
Novo está de parabéns; parabéns também ao nosso Ver. Mario Fraga por defender
aquele Bairro e fazer com que isso aconteça, reunindo os moradores nessa
semana, fazendo todos os debates necessários e possíveis dentro do Bairro, em
torno de suas necessidades, com as soluções que eles mesmos vão buscar. Ora,
queremos um Orçamento Participativo e não meramente representativo - com poucas
pessoas falando em nome de muitas -; queremos um Orçamento Participativo em que
todos os cidadãos opinem a respeito das necessidades e de acordo com os seus
critérios quanto a seu bairro. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Obrigado, Excelência.
O
SR. NEREU D’AVILA (Requerimento):
Sr. Presidente, solicito um minuto de silêncio pelo falecimento do nosso
ex-Presidente da Casa e colega, particularmente meu, de muitos anos, de V. Exª
e de tantos outros desta Casa, Isaac Ainhorn. Quero também, neste momento, em
nome da Bancada do PDT, convidar todos os Vereadores, Vereadoras, funcionários,
enfim, para a Missa de Sétimo dia hoje, às 18h, na Igreja Santa Teresinha, pelo
falecimento do nosso colega Isaac Ainhorn.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Deferimos
o pedido.
(Faz-se
um minuto de silêncio.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Meu caro
Presidente, colegas Vereadores e Vereadoras, cidadãs e cidadãos, eu também,
como Técnico em Contabilidade, não poderia deixar de mencionar hoje o Dia dos
Contabilistas. Vamos aos nossos Projetos, mas não sem antes cumprimentar e
saudar meu amigo José Justo, da Associação Brasileira de Hotéis do Rio Grande
do Sul. Receba a nossa saudação! (Dirige-se às galerias.)
O
Projeto do Ver. Nedel volta ao debate porque nós aqui discutimos e acabamos
votando uma legislação sobre a questão dos fumígenos em locais fechados. Eu
sempre me contrapus ao Projeto que deu origem a essa lei - e o Ver. Nedel sabe
disso, foi um debate muito duro -, porque acho que a melhor coisa que nós
podemos ter numa cidade civilizada é uma grande campanha, todos os dias do ano,
em todos os lugares, para conscientizar as pessoas, como o Ver. Heinen foi
conscientizado de parar de fumar. Isso é a primeira coisa que a gente tem de
fazer todos os 365 dias do ano.
Agora,
eu acho que é um bom caminho termos em bares, restaurantes e similares, em
Porto Alegre, um local para fumantes e outro local para não-fumantes em
estabelecimentos acima de 100 metros quadrados. Eu acho que nós temos que
caminhar por essa linha, até porque nós sabemos que os donos de restaurantes de
Porto Alegre há muito tempo vinham trabalhando, com pesados investimentos, para
que houvesse, em seus estabelecimentos, esse tipo de separação,.
Mas
hoje eu quero tratar fundamentalmente do Projeto do Ver. Ibsen Pinheiro, que
dispõe sobre a comercialização, o armazenamento, o transporte e a
obrigatoriedade de rotulagem na embalagem de produtos químicos de limpeza. E é
interessante o que diz o Ver. Ibsen Pinheiro na sua Exposição de Motivos (Lê.):
“O crescente e desequilibrado uso de substâncias químicas de diversas naturezas
em produtos de limpeza produzidos de maneira clandestina, sem qualquer
observâncias às resoluções regulamentadoras da Agência Nacional de Medida
Sanitária ou preocupação ecológica com as conseqüências do seu lançamento final
na natureza, degrada a qualidade de vida da população e também ameaça a saúde
das pessoas”.
Eu
quero dizer ao Ver. Ibsen Pinheiro que esse é um Projeto interessantíssimo. Eu
o li todo e sinto-me até lisonjeado por um colega apresentar um Projeto nesse
sentido, porque o Vereador, inclusive, faz uma citação da Abipla - Associação
Brasileira das Indústrias de Produtos de Limpeza e Afins - que confirma que os
produtos ilegalmente formulados já representam, no consumo nacional, 42% da
água sanitária - cloro -, 30% dos desinfetantes, 15% dos amaciantes de roupa,
7% dos detergentes e também na questão do sabão em pó.
Eu,
há muito tempo, venho mostrando como crescem as ilegalidades na Cidade. É claro
que produtos dessa natureza são feitos em fundo de quintal com as melhores das
boas intenções, inclusive com cursos realizados pela Prefeitura Municipal na
gestão passada e nesta gestão. Portanto, não é um problema político-partidário.
Acontece que, tanto na gestão passada quanto nesta, esses cursos foram
“meia-boca”, porque foram criados apenas para ensinar as pessoas a fazerem o
produto, mas não deram as condições para esse cidadão e essa cidadã fizessem o
devido registro e trabalhassem a rotulagem, inclusive em relação à utilização
dos vasilhames adequados. Discuti recentemente com o Secretário Cecchin esse
tema. Hoje, nas feiras-modelo, está sendo exigida uma embalagem adequada, e nós
precisamos, sim - vou falar com o Ver. Ibsen Pinheiro, a sua assessoria deve
estar aqui ouvindo, eu me proponho a assinar conjuntamente -, fazer um Pedido
de Providências para que o Município faça um curso com todos aqueles que
trabalham com esses produtos, para que a Prefeitura coloque à disposição algum
técnico, algum químico. Na época em que eu estava na Secretaria, de forma
generosa, um funcionário da SMIC, que é químico, assinava como
responsável-técnico. É claro que não pode ser uma coisa amadora, nesse sentido,
mas a Prefeitura poderia colaborar com instituições comunitárias, ou empresas
pequenas, durante um ano, colocando um técnico responsável para isso. Talvez eu
até faça uma emenda nesse sentido, vou conversar com o Ver. Ibsen Pinheiro para
que não prejudique o seu Projeto.
Acho
esse Projeto altamente meritório, mas a Prefeitura, a Administração Pública,
tem que dar condições a essas pessoas de se legalizarem. Eu quero trabalhar,
portanto, na perspectiva de aprovarmos esse Projeto sem prejudicar aqueles que
querem fazer um produto de qualidade, porque nós sabemos que também há uma
disputa de mercado, que também há, sem dúvida nenhuma, sempre a disputa de
reserva de mercado. O Projeto é meritório, precisamos trabalhá-lo, adequá-lo
melhor à nossa realidade. Essa é uma preocupação justa, e nós queremos ajudar
exatamente a que novos agentes, novos empreendedores, entrem nesse mercado,
pois é um mercado altamente lucrativo, há uma necessidade muito grande do uso
desses produtos, mas eles têm que guardar, sem dúvida nenhuma, a nossa
natureza, o respeito ao meio ambiente e as regras da disputa justa de mercado.
Nós somos pelo comércio justo, nós somos contra a venda ilegal desses produtos,
porque é incorreto, é injusto, é ilegal, mas também nós queremos integrar
social e economicamente novos agentes de produção. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver.
Dr. Goulart, Presidente; na pessoa de V. Exª quero cumprimentar as Vereadoras e
os Vereadores, senhoras e senhores, público que nos assiste.
Venho
hoje à tribuna no período de Pauta inicialmente para fazer algumas
considerações a respeito do Substitutivo de autoria de Ver. João Carlos Nedel
ao Projeto do Ver. Alceu Brasinha, Projeto que trata justamente da questão do
fumo, ou daquelas pessoas que acabam fumando por tabela - corrija-me, Ver.
Nedel, se eu estiver errado. Entendo meritória esta iniciativa e tenho visto a
maneira combativa como V. Exª tem apresentado Projetos nesta Casa no sentido de
preservar a opção daquelas pessoas que não querem fumar e que, portanto, devem
ter assegurado o direito de, em locais públicos, não serem obrigadas a fumar
por tabela. Então, gostaria de registrar que entendo meritório o Substitutivo.
Estive lendo o Substitutivo e aprofundei-me um pouco a respeito do objetivo que
o Ver. Nedel quer dar ao Projeto de Lei do Ver. Brasinha com o seu
Substitutivo. Acho-o oportuno e o entendo meritório.
Gostaria
também de fazer menção hoje, aqui, ao Projeto de Lei n° 201, de autoria do Ver.
Ibsen Pinheiro, que também tramita em 1ª Sessão e que dispõe sobre a comercialização,
o armazenamento, o transporte e a obrigatoriedade de rotulagem nas embalagens
de produtos químicos de limpeza no Município de Porto Alegre, com Substitutivo.
Eu queria indagar das Sras. Vereadoras, dos Srs. Vereadores, do Ver. Ervino
Besson, que é da minha Bancada, quantas vezes nós já não vimos, Vereador, na
mídia, uma criança que pegou uma garrafa pet de Coca-Cola, tomou o seu
conteúdo, e era detergente. Então, na realidade, quando nós temos, por
iniciativa de um Vereador, o foco único, exclusivo no sentido de regulamentar e
de proibir algumas práticas que vêm se tornando corriqueiras e acabam fazendo
parte do nosso cotidiano, nós temos que dar base, dar sustentação para que esse
tipo de Projeto seja aprovado, porque se faz necessária a regulamentação desse
tipo de atividade.
Dizia
o Ver. Ibsen - eu lia atentamente a Exposição de Motivos do seu Projeto de Lei
- que, com a regulamentação, nós vamos estar obrigando as pessoas que
porventura tenham como única fonte de renda e única alternativa de trabalho a
comercialização desses produtos, com a formalização por este Projeto, à se
organizarem. E por que não em cooperativa? Está aí o Ver. Mario Fraga, que tem
iniciativas no sentido de regulamentar também o sistema cooperativo na nossa
Capital. Eu acho muito importante não só para quem compra o produto, mas também
para quem manuseia esses produtos, porque por vezes podem estar sendo
elaborados em laboratórios, enfim, em estabelecimentos que não estão adequados
à própria saúde das pessoas que os confeccionam, e também podem estar
vinculados, sim, a problemas ambientais.
Então,
surge essa discussão, e nós entendemos oportuno trazer para o debate, nós
entendemos oportuno respaldar esse tipo de iniciativa, porque é uma iniciativa
que visa ao bem comum da coletividade.
Assim,
nós queremos registrar aqui o nosso reconhecimento a essa iniciativa do Ver.
Ibsen Pinheiro, que sabemos detentor de uma expressiva votação e que, a partir
do ano que vem, já vai estar em outros pampas, legislando em nível nacional, mas
nós temos certeza de que teremos condições de apreciar, de debater nas
Comissões mesmo sem a presença dele. Nas Comissões da Casa, nós vamos ter a
oportunidade, quem sabe, de trazer até mesmo a coletividade e as pessoas que
têm um interesse direto, para debater esse tema, enfrentar esse tema, enfrentar
esse problema. Com esse Projeto de Lei, talvez possamos evitar até desastres
ambientais e fazer com que a segurança das pessoas que manuseiam esses produtos
e a segurança daqueles que compram esses produtos possam estar asseguradas a
partir dessa iniciativa.
Fica
aqui o nosso registro, os nossos cumprimentos a essa iniciativa e o nosso apoio
a esse importante Projeto de Lei, que objetiva regulamentar esses produtos
químicos, não só regulamentar a comercialização, mas também o armazenamento, o
transporte e a obrigatoriedade de rotulagem nas embalagens. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart):
Obrigado, Vereador.
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Sr.
Presidente, Ver. Humberto Goulart; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, hoje é o Dia da Consciência Negra, dia que marca a morte de Zumbi
dos Palmares, um líder revolucionário, líder da resistência, cujo nome, com muita
justeza, o povo negro elegeu para a sua data de comemoração. O nosso Brasil
teve 300 anos de escravidão, não há outro país que tenha, por tanto tempo,
humilhado e retirado direitos de um povo inteiro. E, às vezes, a gente ainda ouve
falas que se caracterizam como ingênuas no sentido de que o nosso País já é
democrático, de que no nosso País não há racismo, de que é um País da
diversidade, em que estão superadas as desigualdades.
Mas, de fato, os números nos trazem claramente as
conseqüências não só materiais, concretas, desses 300 anos de escravidão, de a
maioria negra ser de pobres, mas nos mostram uma cultura que ainda não
superamos, que é difícil de ser enfrentada, difícil de ser superada, uma
cultura que marginalizou a beleza negra, que marginalizou a sua expressão
cultural, religiosa, a sua contribuição em todas as áreas. É uma cultura
reforçada pela desigualdade social e econômica. Os dados nos mostram que ainda
são os negros os que recebem os menores salários, que têm menos tempo de
escolaridade, que têm muito menos espaço nos melhores postos de trabalho, nos
espaços políticos, nos espaços de decisão neste País.
Eu queria, no dia em que comemoramos, exaltamos e
lembramos Zumbi dos Palmares, defender a política de cotas, defender as ações
afirmativas deste País, porque elas significam romper com a reprodução da
pobreza. A libertação dos escravos sem a garantia de terra, de renda, de
compensação pelo seu trabalho, por todos aqueles anos, combinada com uma
cultura discriminatória, com um conjunto de leis, com um conjunto de posturas
reproduzidas de família para família, fez com que a sociedade reproduzisse a
pobreza, reproduzisse a miséria e a segregação social, e as cotas são uma forma
de barrar, são uma forma de romper com essa reprodução.
É lindo ver o que consta em matéria do jornal Folha
de São Paulo: “Cresce o número de negros na universidade”, fato que se acelerou
grandemente a partir de 2001. E eu acredito muito, muito que a transformação
das condições concretas dos negros e negras, as suas presenças nos espaços que têm de ser deles, porque eles são
metade ou mais da população deste País, o que faz com que essa mudança
aconteça... A política de cotas aqui em Porto Alegre está em xeque neste
momento, e é o nosso papel fazer com que ela exista. A política de cotas nos
concursos públicos levou para a sala de aula professoras e professores negros,
Ver. Dr. Goulart; antes, na sua maioria, eles trabalhavam apenas na escola como
auxiliares de serviços gerais, como cozinheiras, que são, sim, postos dignos,
mas não são os únicos lugares onde têm de estar os negros.
E
os nossos meninos e meninas negras, na sua maioria, da escola pública
municipal, na preferia da Cidade, começaram a enxergar o papel do mestre, do
professor e criar expectativa, esperança e vontade de estar nesse lugar,
começaram a se enxergar belos, capazes, inteligentes. A cota do negro na
universidade mostra para o negro que ele pode e vai chegar lá, e essa
expectativa, essa esperança, essa real possibilidade de estar nesses postos é o
que produz a transformação; as condições materiais das famílias dos
afros-descendentes produzem essa transformação.
E
nós nos orgulhamos das políticas do Governo Lula, políticas que, em outros
aspectos, vêm demarcando as áreas quilombolas; acho que essa é uma das maiores
conquistas, junto com a política de cotas. São homenagens que podemos fazer ao
Zumbi dos Palmares, Verª Margarete, Ver. Comassetto, Ver. Todeschini, Verª
Celeste, Ver. Oliboni, falo em nome dos Vereadores. Nós nos emocionamos ao ver
o Quilombo do Silva resistindo, ele foi reconhecido e preservado como um
quilombo urbano, resultado da luta de Zumbi dos Palmares. E estão recuperando o
Quilombo dos Alpes, onde aconteceu a história da primeira negra fugida, jovem,
uma adolescente, que foi morar sozinha lá em cima, Ver. Dr. Goulart, no meio de
onças e cobras, e criou os seus filhos, e resistiu, fugida da escravidão, que
emoção! Isso não está longe de nós, foi aqui em Porto Alegre que aconteceu, e o
Governo Lula começa a reparar, ajudando na resistência à especulação
imobiliária, eles entraram na Justiça para tirar a terra desses negros e
negras.
Esta
é a minha emoção, e este é o tributo que a cidade de Porto Alegre, que o Brasil
faz ao Zumbi dos Palmares. Parabéns à luta do povo negro, porque essa conquista
é sua, com sangue, com suor, com morte, com perda de dignidade! Parabéns ao
povo brasileiro que reelegeu o Governo Lula, que vai aprofundar a política de
cotas na universidade, no emprego, na geração de renda, no direito à terra,
porque é assim que nós vamos reparar a história de desigualdade neste País.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado.
A
Verª Neuza Canabarro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. NEUZA CANABARRO: Exmo
Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores,
nós queríamos, neste momento, neste dia, fazer uma colocação em relação à área
da Educação. E até citando um fato que está em todos os jornais, dessa menina
de treze anos que foi encontrada agonizando e que morreu em um motel. Nós vemos
que era uma menina de classe média, média alta, que freqüentava boas escolas,
mas esse fato demonstra a importância de se dedicar toda uma atenção à criança,
ao adolescente.
E
aí nos vamos ao nosso turno integral. Ver. Dr. Goulart, estamos há vinte anos
da implantação da escola de turno integral aqui em Porto Alegre, e assistimos,
pela imprensa, que o Senado aprovou o turno integral, ou seja, aprovou oito
horas de permanência na escola; aprovou isso neste momento. E, como é terminativa,
não precisa voltar à Câmara. Só que tem de se esclarecer que a nossa Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional completa, no dia 23 de dezembro, dez
anos, Ver. Dib. Dez anos! No seu art. 26 diz exatamente o quê? “Oito horas de
permanência” e estipula o prazo para o Plano Decenal, que é de até dez anos,
para que as escolas fossem adaptando a sua implantação. Então, o Senado está,
nada mais, nada menos, forçando algo que já está na Lei de Diretrizes e Bases
da Educação Nacional.
Assisti ao programa do Conversas
Cruzadas, no qual quatro técnicas, uma ex-Secretária e a Secretária atual
falavam e justificavam a não-utilização, ou implantação, ou manutenção...
Esther Pillar Grossi dizia que, quando assumiu, terminou com o turno integral,
porque tinha quarenta mil excedentes. Não é verdade! Não é verdade, tanto é que
se fizeram plantões, naquela época saíram com carros, com alto-falantes atrás
de aluno excedente, e não havia. É só olhar as matrículas da época para se
verificar que não havia esse número de excedentes. Então, nós ficamos numa
mixórdia, como se diz, há vinte anos. Agora, a Governadora eleita diz que vai
implantar o turno integral.
E em relação a dizer que é muito gasto,
que tem que aumentar em 50%, isso não é verdadeiro. No máximo o custo aluno
sobe 30%, mas esses 30% são no ano. E, se for analisado o aproveitamento do
aluno, quantos anos ele vai permanecer na escola, esse valor se perde. Por quê?
Porque ele vai permanecer um tempo menor, vai fazer em oito, nove anos o Ensino
Fundamental. Então não é um gasto maior.
Outro aspecto: os recursos
que sem tem, tanto no Município como no Estado, são muito, muito além daquilo
que é gasto com aquilo que é necessário para o turno integral. Esse aspecto nós
defendemos há vinte anos. Outra coisa, Verª Margarete Moraes: colocam, agora,
que a criança deve entrar aos seis anos... Está lá na LDB, a criança pode
entrar aos sete, mas preferencialmente a partir dos seis anos ela já pode ingressar
na escola. Então nós estamos só requentando pratos que foram feitos há dez
anos, e só se espera que cumpram a lei, que não fiquem aí, fazendo marketing,
colocando coisas que não são verdadeiras. Eu gostaria que esta Câmara pudesse
fiscalizar o investimento na área de Educação e, principalmente, o atendimento
das nossas crianças, porque essa é a nossa principal função. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr.
Goulart): Obrigado,
Excelência.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
Sr. Presidente, há tempo falaram que iam dizer de
onde veio o dinheiro flagrado, preso antes das eleições. Já se passou tanto
tempo, Verª Sofia Cavedon, e não se sabe, ainda, se vão dizer de onde veio esse
dinheiro. Eles sabem de onde veio! Se não souberem de onde veio esse dinheiro,
meus amigos, aí já não é mais compactuar, aí é ter burrice. O PT não sabe de
onde veio o dinheiro com o qual queriam comprar isso tudo? Como disse Paulo
Brossard hoje: “E, por falar nisso, como vai o dossiê?” O grande tribuno fala.
Já se sabe de onde saiu o dinheiro - 1 milhão e 700 mil -, Sr. Presidente, para
comprar um dossiê, para infringir uma eleição, em meio a essa corrupção
histórica que nós tivemos no País. Diz ele: “Com certeza vai ficar como era
dantes”. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Dr. Goulart; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, senhoras e senhores, logo mais, às 18h, na Igreja Santa Teresinha -
acredito que a maioria de nós estará presente - haverá a Missa de Sétimo Dia em
louvor à alma do nosso companheiro, aqui por tanto tempo, Ver. Isaac Ainhorn.
Com toda a certeza, todos nós, durante um bom tempo, discutimos - eu,
praticamente, quase todo o tempo em que o Isaac esteve aqui; ele é da minha
primeira eleição, de 1982 - com o Ver. Isaac Ainhorn a respeito da política do
Município, do Estado e da política nacional, e ele sempre foi um Vereador
polêmico, mas sempre um Vereador trabalhador. Uma das áreas,
Vereador-Presidente, onde ele deixou muito das suas impressões, das suas
avaliações e ensinamentos, já que ele era um homem muito inteligente, foi a do
Plano Diretor. A área do Plano Diretor foi tratada, Ver. Elói, pelo Ver. Isaac
Ainhorn durante, praticamente, todo este ano e o ano passado, porque ele, como
Secretário do Planejamento, esteve à frente de todas as ações que visaram a
reformular, a alterar o Plano Diretor dentro daquele pensamento de melhorarmos
a Cidade, de darmos para a cidade novas condições para progredir.
Eu acredito que nós estamos preparados, Ver. Elói,
para enfrentar, aqui na Câmara Municipal, não neste final de ano, porque estamos praticamente partindo
para o final das grandes discussões do ano de 2006, mas no início de 2007, esse
trabalho, que foi preparado pela gestão do Ver. Isaac Ainhorn lá na Secretaria
do Planejamento. Nas discussões nós vamos, quem sabe, enfrentar alterações e
conceitos que consubstanciamos no Projeto que foi aprovado na Câmara há alguns
anos, mas que não se mostraram capazes de resolver alguns conflitos nas
diversas regiões da Cidade.
Como,
por exemplo, cito o conflito que se vive ali na Cidade Baixa, quando da
instalação dos bares, sobre o qual nós, aqui na Câmara, não conseguimos chegar
a um consenso do que seria melhor: se votamos pelo alongamento do horário das
mesas nas calçadas, ou se abreviamos a hora de fechamento dos bares na Cidade.
Sabe por que, Ver. Garcia? Simplesmente porque nós cometemos um absurdo quando
votamos o Plano Diretor: nós consagramos zonas mistas para, praticamente, todas
as zonas da Cidade! Eu acho que temos de nos debruçar sobre essa revisão,
Vereador-Presidente, e tentar detectar aquilo que é zona mista, aquilo que deve
ser flagrantemente consagrado como zona mista dentro do Plano Diretor. Nós
devemos realmente, quando existem zonas residenciais e industriais, colocar
aquilo que pensamos dentro do Plano Diretor, para que este possa refletir
exatamente aquilo que nós queremos da Cidade.
Do
jeito que está, Ver. Elói Guimarães, tanto faz ter bares na Cidade Baixa,
porque eles podem sair da Cidade Baixa e ir para outras zonas da Cidade, porque
em qualquer lugar onde os bares cheguem, eles estarão, sob a visão do Plano
Diretor, bem chegados. Acredito que nós não podemos fazer isso com a Cidade,
porque aí é muito fácil fazer o Plano. Do jeito que está ali, é muito fácil.
Nós temos que realmente fazer um reestudo daquilo que está consagrado no Plano
Diretor. As zonas mistas que estão espalhadas por toda a Cidade é apenas um
item, devemos neste estudo definir onde é que devem existir essas zonas mistas,
que, com certeza absoluta, não podem estar no conjunto de toda a Cidade.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Obrigado,
Excelência.
A
Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. Ver. Luiz Braz,
primeiro eu gostaria de dizer que lamento profundamente, porque não poderei
participar, não estarei mais na Câmara de Vereadores quando da criação da Comissão
para discutir e aprofundar o debate sobre o Plano Diretor. Acho que a cidade de
Porto Alegre convive de maneira muito contraditória com o seu crescimento;
muitas vezes de maneira bastante conservadora. Nós temos uma Cidade que em
algumas áreas é uma grande cidade, e em outras visões funciona quase como
pequeninas cidades de 5 mil, 10 mil habitantes. Portanto, acho que, se esse
debate for feito de maneira séria, responsável, e tenho a convicção de que os
Vereadores têm capacidade e condições de fazê-lo, todos nós podemos sair
ganhando; pode sair ganhando a cidade de Porto Alegre a partir do seu
crescimento, do seu desenvolvimento econômico. Nós temos que pensar mais nas
vocações da nossa Cidade, como Porto Alegre gera seus empregos, e pensar o
Plano Diretor também a partir disso, não só a partir dos conflitos locais.
A
cidade é feita de soluções e de conflitos. Não existe como se mediar todos os
interesses de uma cidade, Ver. João Antonio Dib. Nós, Legisladores, temos o
papel de diminuir os conflitos e aumentar os consensos. Para isso existem as
leis, para os conflitos serem minimizados. Nós não fazemos leis em situações de
não-conflito. Se a sociedade está funcionando bem, tudo bem, tudo tranqüilo,
tudo em paz, não há necessidade de leis. E o Plano Diretor é uma forma de
mediarmos conflitos. Mas muitas vezes acho, humildemente, que nós tentamos
mediar demais e acabamos não construindo soluções efetivas para o problema,
como, na minha opinião - pouco conhecedora do Plano Diretor, mas que estudei
alguns de seus elementos -, foi a solução encontrada para as chamadas áreas
mistas. Quase toda a cidade de Porto Alegre é área mista, quase toda pode
quase tudo, e o quase tudo, quase sempre, é quase nada, como diz uma música
bastante conhecida. Acho que temos que pensar nisso, porque temos áreas mistas
com bares onde as pessoas que moram não dormem, e as pessoas que têm bares não
dançam, não cantam, não empregam mais jovens ou adultos nos seus
empreendimentos. Nós temos espaços com lojas, onde também as lojas não funcionam
adequadamente.
Então temos que resolver, e resolver conflitos nem
sempre significa fazer com que eles desapareçam; muitas vezes significa
extrapolar, fazer com que eles cresçam num determinado momento para a Cidade
poder crescer em 5, 10, 15 anos, que é nossa obrigação, nossa tarefa, nossa
responsabilidade enquanto Legisladores.
Mas ocupo esta tribuna, Ver. João Antonio Dib,
trazida por uma vontade de responder ao seu questionamento ao Presidente da
Casa com relação às alterações regimentais da Câmara em função da cláusula de
barreira, de os Partidos terem ou não a atingido. Primeiro, eu acho que sempre
temos ensinamentos para tirar de todas as coisas. Vejam a ironia: a idéia era
acabar com os Partidos de aluguel, e sobraram três Partidos ideológicos. Os de
aluguel, como todos nós sabemos, se arranjaram rapidinho. Os Partidos de
aluguel não tinham uma consistência ideológica que os impedisse de se fundir a
Partidos maiores, que poderiam - e podem na prática, porque a prática é o
critério da verdade, não a distribuição momentânea dos cargos entre quem era o
Presidente, quem era o vice; se era um terço, uma quarto, se é meio a meio -
hegemonizar Partidos menores que não existiam e que não tinham opiniões para
trazer para o povo brasileiro. Esses Partidos se acabaram de fato.
Ficam não cumprindo a legislação o Partido Verde, o
Partido Comunista do Brasil e o P-SOL, que, por mais divergências que se tenha
- e tenho muitíssimas -, é um Partido ideológico, e ninguém vai questionar
isso, pelo menos nunca vi alguém questionar, mesmo tendo surgido da maneira
como surgiu. Nós temos neste momento, Presidente Dr. Goulart - digo isso à Verª
Maria Celeste, que presidirá a Câmara no ano que vem -, uma discussão muito
interessante para fazer. As Casas Legislativas são autônomas na maneira como se
dirigem, respeitando a lei e convivendo de maneira harmônica. A Assembléia
Legislativa do nosso Estado vem-se encaminhando para um acordo muito
democrático de não mudar o seu Regimento em função dessa Legislação.
No ano de 2002, a Comissão de Constituição e
Justiça da Câmara Federal, Ver. Luiz Braz, disse que - na criação do PV e do
PRONA, já existia a legislação da cláusula de barreira, embora muitos esqueçam
e façam de conta que não lembram - que não havia Deputados de dois jeitos.
Imagine V. Exª aqui no ano que vem ou num futuro próximo - assim como seria se
fôssemos ranqueados pelo número de votos que fazemos, ou pelos votos que não
fazemos -, convivendo neste mesmo plenário com um Vereador diferente de Vossa
Excelência. Eu digo isso com a tranqüilidade de quem não vai estar aqui, de
quem não está preocupada com a sua Bancada, com os seus cargos, com coisas
fúteis ou menores dentro da política.
Então, acho que a Câmara, Vereador Dr. Goulart,
deve seguir o exemplo da CCJ da Câmara Federal no ano de 2002; da Assembléia
Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul e não permitir que o seu Regimento
seja alterado em função dessa Legislação. Nós vamos fazer a nossa luta. Eu não
estou convidando ninguém a se somar a ela, embora ache que os democratas,
automaticamente, se somem. Agora, a luta pelo Fundo Partidário, pelos nossos
outros direitos, é uma luta nossa e daqueles que compartilham das nossas
opiniões; a luta para que a Câmara de Vereadores, a Câmara dos Deputados, a
Assembléia Legislativa respeitem a Constituição e tratem os iguais como iguais
e não como diferentes é uma luta de todos os Parlamentares.
Devo dizer que, sinceramente, tenho muita
convicção, Verª Clênia, que o povo do Rio Grande do Sul não quer, com os meus
271.939 mil votos, que eu seja uma Deputada Federal com menos direitos que os
outros. Eu acho que o povo brasileiro deu 8% dos votos e fez do meu Partido o
quinto maior no Senado, ele não quer a cópia de uma legislação alemã, de um
outro país com outras tradições.
Então, faço essa sugestão, que acredito seja uma
sugestão em nome da democracia e da relação interna da Câmara de Vereadores. No
ano que vem nós não teremos nenhum Partido aqui dentro que não tenha atingido a
cláusula de barreira, mas acho que nós não devemos alterar o nosso Regimento
Interno, devemos continuar fazendo com que os Partidos, que aqui têm
representação, tenham seus direitos assegurados na Câmara de Vereadores. Muito
obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e senhores,
eu queria, como Liderança do Partido Socialista Brasileiro, dizer ao Ver.
Ismael - que me parece não estar no plenário neste momento, mas de qualquer
forma deve estar me ouvindo em seu gabinete - que é bem verdade, eu lamento
profundamente que muitos daqueles que nós acreditamos enquanto concepção,
enquanto filosofia de esquerda se envolveram em tantas coisas que nos magoaram,
pois não se trata aqui apenas de uma questão eleitoral; trata-se daquilo que a
gente deixa como mensagem, como exemplo, e que se torna cultura para um povo e
que também deixa de se ter esperança nas pessoas sérias que nós temos. A grande
maioria de nós da esquerda são pessoas sérias e responsáveis, mas,
infelizmente, alguns indivíduos nortearam. Eu até queria recomendar um livro
para o Ver. Ismael do sociólogo e filósofo René Dreifuss: o Jogo da Direita na
Nova República. Certamente, assim como Maquiavel, alguns dos nossos também
leram esse livro. Vai fazer bem ao desenvolvimento do Ver. Ismael compreender
melhor, inclusive onde ele se encontra, na sua definição de campo ideológico,
porque nós não podemos perder esse norte, porque, perdendo o norte de onde
estamos, achamos que tudo é igual, e não é, há muita diferença e diferenças
profundas.
Ora, eu fico imaginando uma pessoa tão estudada,
tão fina, ter que discutir com o povo de Porto Alegre ou com os Vereadores de
Porto Alegre?! E na sua base de Governo ele veio discutir com uma pessoa como
V. Exª, Ver. João Dib, que foi Prefeito, que foi Secretário dos Transportes,
veio pedir opinião. Deve ser tão requintada a sua linhagem que deve ser uma
ofensa, de fato, vir tentar conversar, discutir um Projeto dessa magnitude, por
exemplo, com os usuários do transporte coletivo de Porto Alegre ou com os
Coordenadores do Orçamento Participativo, ou com as temáticas de transporte e
circulação desta Cidade, ou fazer uma discussão dentro do Plano Diretor! Realmente, Ver. João Antonio Dib,
deve ser uma ofensa, porque o pressuposto dele é, lá em Bogotá, discutir com os
técnicos e depois vir aqui implementar, é discutir com a Fundação Lincon, que
financia projetos também, é discutir com outros órgãos internacionais, mas é
uma ofensa discutir a concepção de um projeto que pudesse ser viável, de fato,
para todos na cidade de Porto Alegre.
E aqui não está uma pessoa, senhoras e
senhores, que acha que o desenvolvimento econômico, político e social desta
Cidade não tenha de ser aprofundado e melhorado. Agora, é uma ofensa, eu me
sinto ofendida ao ter de ouvir de um Secretário Municipal - de dois, em
especial do Secretário Senna - que nós só discutimos em Porto Alegre, até
agora, “puxadinhos e remendo”! Por que será? A que interesse serve que nós não
possamos discutir a magnitude desse Projeto desde a sua concepção?
Agora, Ver. João Antonio
Dib, com certeza, a população de Porto Alegre, na medida em que vai ser
implementado e discutido, que vão querer aprovar este Projeto, não se calará.
Pode aprovar na referência que for, seja qual for a instituição; agora, a
grande maioria da população é bem maior do que tudo isso, porque ela sabe, sim,
que é ela a principal prejudicada com o que estão querendo implementar na
cidade de Porto Alegre. Não é simples o que estão querendo fazer, são três
Portais: um na Cairu, um na Azenha e outro no Largo Zumbi, onde toda a
confluência viária do trânsito de Porto Alegre vai se canalizar para esse
deslocamento que vai ser feito.
Eu fico imaginando o transtorno viário.
Eu fico imaginando as pessoas descendo do seu transporte e tendo que esperar
meia hora, uma hora, porque não existe sistema nenhum, da forma que estão
querendo colocar. Será uma baldeação maldita, e vai cair, novamente, em cima do
usuário do sistema, que sustenta esse sistema, que vai pagar tanto pelo deslocamento,
pelo uso, e vai pagar, também, pelo preço que estão querendo colocar goela
abaixo para todos nós porto-alegrenses. Muito obrigada.
(Não revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): O
Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras
Vereadoras, Srs. Vereadores, em homenagem à Verª Manuela, eu quero dizer o que
eu penso sobre um Partido. Partido é um grupo de pessoas: quanto maior, melhor;
quanto melhores essas pessoas, melhor ainda; é onde essas pessoas se reúnem em
torno de uma idéia, de um programa, para, com ação e disciplina, buscarem a
conquista do poder na realização do bem comum.
Essa
idéia, esse programa, é uma coisa em que o indivíduo tem de acreditar, como
acontecia no passado, em que os nossos homens, os libertadores, acreditavam
piamente no seu programa; eles não mudavam. Como os nossos ximangos e
maragatos, cada um se posicionava num lado, cada um defendia o seu ponto de
vista, e nós tínhamos um Brasil e um Rio Grande um pouquinho melhor.
Nós temos, na Câmara, 12 Partidos. Lamentavelmente,
nós vamos perder o PCdoB, porque os dois Vereadores desse Partido se elegeram:
um, como Deputado Estadual, e a outra, como Deputada Federal. Mas será que os
outros 11 têm idéia e
programa e, em torno dessa idéia e programa, se reúnem com ação e disciplina
para conquista do poder para realização do bem comum? Será? Ou um dia nós
pensamos de um jeito; no outro dia nós pensamos de outro? Quem é maragato, é
maragato; quem é chimango é chimango, e não adianta; esses não negociavam nunca
por interesses pessoais. E eu quero cumprimentar a Verª Manuela: o PCdoB também
faz isso, tem tradição desde 1923, busca manter uma idéia, um programa, e ficou
feliz da vida porque conseguiu colocar na Presidência da República, pelo menos
por 24 horas, um dos seus mais destacados integrantes.
Portanto,
minha querida Verª Manuela, quando eu falei que queria que a Câmara estudasse o
problema da cláusula de desempenho ou cláusula de barreira, é porque, de
repente, no dia 1º de janeiro, as coisas mudam, e eu não quero que fiquem aqui
as coisas no ar. Mas, se tiver que ser, se continuar como está, porque assim
conseguiram decidir no Congresso Nacional, eu também aceito. Mas enquanto está
a idéia de que, no dia 1º da janeiro, certos Partidos não terão mais Liderança
aqui no Plenário, eu quero que isso seja estudado - eu não sou contrário, de
forma nenhuma -, que se procure uma outra solução que seja colocada em ação mais
devagar, senão, de repente, troca-se tudo. De repente, talvez não seja bom.
Como eu disse, há Partidos que são pequenos, mas que têm a sua convicção
arraigada e não trocam - isso é extremamente importante. É por isso que eu pedi
que a Mesa estudasse a composição das nossas onze Bancadas que ficarão aqui
depois da saída dos nossos queridos Raul Carrion e Manuela, um vai para a
Assembléia Legislativa, a outra para a Câmara Federal. Saúde e PAZ! E sucesso
para os dois.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): A
Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A
SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, eu queria me referir,
neste momento, à data que o Brasil comemora hoje: 20 de novembro, dia alusivo
às comemorações da etnia negra brasileira, uma data que foi construída a partir
da homenagem de um dos maiores líderes libertários deste País, o Zumbi dos
Palmares, que inspirou o 20 de novembro e que tem feito com que a sociedade, os
Governos, os Parlamentos de todo o Brasil se voltem para a reflexão da
problemática ainda vigente no País, da desigualdade econômica, da exclusão, do
preconceito e do racismo.
Mas
eu queria também aproveitar para dar mais visibilidade às iniciativas que esta
Casa tem tomado através de uma Semana voltada às comemorações do Movimento
Negro, um trabalho de parceria entre o Parlamento e a sociedade civil
organizada, assim também como dar visibilidade às atividades desenvolvidas em
nosso Município na 25ª Semana de Luta pelos Direitos Raciais e na 15ª Semana da
Consciência Negra, lembrando que um grupo de trabalho, articulado entre
inúmeras Secretarias da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, está
desenvolvendo uma série de atividades, como seminários, oficinas, palestras,
oficinas culturais, trabalhando a temática da igualdade racial, trabalhando a
questão dos caminhos de luta contra o preconceito, a discriminação e pela
construção de políticas públicas de igualdade.
Eu
quero destacar a lindíssima atividade desenvolvida por aproximadamente 150
entidades de etnias negras, juntamente com a Prefeitura de Porto Alegre, que
organizou o acampamento Zumbi dos Palmares, onde toda diversidade, dentro do
próprio Movimento Negro, pode se expressar através das suas inúmeras atividades,
construídas em parceria. Eu destaco ainda a reafirmativa feita pela
Procuradora-Geral do nosso Município, a Drª Mercedes Rodrigues, que recebeu,
mais uma vez, a Terezinha Campanel e as professoras e professores negros, que
foram nomeados pela Prefeitura através de uma legislação aprovada por esta
Casa, mas, infelizmente, por uma interpretação do Tribunal de Contas do Estado,
foi solicitada a sua exclusão. A Prefeitura de Porto Alegre está trabalhando
para a manutenção desses professores, porque compreende que essa legislação é
inclusiva, é uma legislação afirmativa, uma legislação que procura reparar as
inúmeras, incontáveis injustiças sofridas pelos afro-descendentes brasileiros.
Eu
queria dizer que tudo que fizemos é pouco; tudo que pudermos fazer ainda será
pouco para reparar esses 500 anos de opressão e de exclusão. Mas estou muito
feliz com as iniciativas tomadas pela nossa Prefeitura, que, dentro do seu
espírito de Governança, se aliança com as entidades da sociedade civil, com os
representantes dos afro-descendentes na busca do caminho da igualdade, da
reparação e da construção de políticas de direitos.
(Não
revisado pela oradora.)
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Há 16 Vereadores
presentes. Visivelmente não há quórum para a Ordem do Dia.
O
painel não retrata este momento, foi do início da Sessão.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Solicito abertura do painel eletrônico para verificação de quórum,
solicitada pelo Ver. Haroldo de Souza. Agora, neste momento, já temos uma outra
situação. Eu havia contado 16 Vereadores, visivelmente disse que não havia
quórum, mas há a solicitação do Ver. Haroldo de Souza. É bem verdade que neste
momento chega o Ver. Oliboni, a Verª Maristela Maffei, chegaram outros
Vereadores, agora a Verª Maristela Meneghetti; não é a mesma situação de antes.
O
SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, nós tínhamos combinado anteriormente, cedo da tarde, que nós
iríamos à Missa do nosso querido colega Isaac Ainhorn, nós poderíamos dar a
presença, e V. Exª nos liberar para que participássemos da Missa?
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Encerrado
o painel.
O
SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr.
Presidente, gostaria de dizer que, em homenagem ao nosso querido amigo
Isaac Ainhorn, eu não vou consignar meu nome, apesar de presente, para não dar
quórum, para que todos possamos ir à Missa em homenagem ao nosso saudoso
colega.
O
SR. RAUL CARRION: Ver.
Humberto Goulart, também nós, da Bancada do PCdoB, atentos ao pedido de
diversos Vereadores sobre essa homenagem que será prestada, não consignamos a
presença, apesar de estarmos presentes desde o início da Sessão.
O
SR. PRESIDENTE (Dr. Goulart): Uma
vez encerrado o painel, foram consignadas 11 presenças. Portanto não temos
quórum nem para deliberar, nem para votação.
Estão
encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se
a Sessão às 17h35min.)
*
* * * *